Hoje é difícil de imaginar como seria a vida sem os hipermercados, mas há 39 anos não. Nessa altura havia as mercearias, as lojas de rua e alguns, poucos, supermercados.
Agora, hipermercados, espaços comerciais enormes onde as famílias pudessem entrar e comprar tudo o que precisavam para a vida do dia-a-dia não havia. Até que surgiu o primeiro Continente.
Quase a celebrar 40 anos, era conhecido como o ‘Gigante Baratão’. Localizado em Matosinhos, o impacto da abertura do primeiro hipermercado em Portugal foi tal que a ele chegavam excursões oriundas um pouco de todo o território.
Não será de todo exagero, afirmar que esta foi uma verdadeira “revolução”: era inegável o fascínio e o espanto por parte dos portugueses com a possibilidade de comprar todos os produtos que precisavam para o dia-a-dia no mesmo espaço.
Uma das curiosidades? Devido à enorme afluência de clientes, a entrada no hipermercado era controlada por um colaborador do Continente que, munido de um apito, avisava quando as portas abriam ou fechavam.
Ocupando uma área total de oito mil metros quadrados, no dia da inauguração o Continente foi de tal forma procurado por parte dos consumidores que teve de fechar várias vezes as portas de modo a que os colaboradores pudessem repor as prateleiras, as quais, de forma rápida, esvaziavam com tanta procura.
No que a números diz respeito, foi na época divulgado que o espaço comercial era visitado diariamente por cerca de 15 mil clientes que ali despendiam em cada compra uma média de 50 euros, ou seja, 10 contos nos valores de então.
A segunda loja da marca viria a abrir portas em 1987, na Amadora. Mais uma vez o acontecimento impactou de forma impressionante como se faziam compras na região de Lisboa.
Todos os dias eram filas e filas de clientes oriundos de todo o país, sobretudo da região sul, que ali chegavam para ver a grande novidade do consumo em Portugal.
Foto: Facebook Porto Desaparecido