O fotógrafo foi falsificador de documentos ao serviço da Resistência francesa durante a ocupação nazi e mais tarde dos movimentos anticoloniais.
Calcula-se que os documentos que Adolfo Kaminsky falsificou em França salvaram mais de três mil famílias judias da morte e da deportação para os complexos de extermínio nazi, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), avança a Lusa
A morte de Kaminsky na segunda-feira foi confirmada à agência France Presse pela filha, Sarah Kaminsky, autora do livro “O Falsificador”, a biografia do seu pai. O museu de História Edmund Michelet, em Brive-la-Gaillarde, França, anunciou hoje que vai manter a exposição dedicada ao fotógrafo até ao dia 27 de maio.
Adolfo Kaminsky, nascido em 1925 em Buenos Aires, Argentina, no seio de uma família russa de origem judia, e que se mudou para França no início dos anos 1930, juntou-se à Resistência Francesa, em Paris, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), com apenas 17 anos.
Quando se integrou na Resistência Francesa, a rede clandestina a que pertencia mantinha laços estreitos com organizações como o Movimento das Juventudes Sionistas, a Organização Judia de Combate, a Obra de Socorro à Infância e o Movimento de Libertação Nacional, que recebia instruções de Londres, assim com as redes comunistas, Franco Atiradores Partisans (FTP), e o grupo Mão-de-Obra Imigrante.
Depois da Libertação de Paris, em junho de 1944, Adolfo Kaminsky foi recrutado pelos serviços secretos franceses para fabricar documentos falsos aos soldados Aliados, que eram projetados atrás das linhas nazis.
Mais tarde dedicou-se à produção de documentos para os sobreviventes judeus dos campos de concentração que embarcavam clandestinamente para a Palestina (1946-1948), tendo-se colocado depois ao serviço da Frente de Libertação Nacional, durante a Guerra da Argélia.