Autor de um cinema “rebelde, reflexivo e hipersentimental”, a morte do realizador foi avançada pelo jornal Le Monde, citando o produtor do cineasta.
“Mesmo que nem sempre tenha tido o reconhecimento que merecia, a sua obra continua a ser valorizada por quem a conhece e é tida como uma grande influência por toda uma nébula de jovens discípulos”, escreveu o Le Monde.
Realizador, argumentista, produtor e ator, Paul Vecchiali assinou cerca de 50 filmes, entre os quais “Les Ruses du Diable” (1965), “Femmes Femmes” (1974), “Requiem para uma mulher” (1979) e “Le Cancre” (2015), que realizou e protagonizou ao lado de Catherine Deneuve, escreve a Lusa.
«Em 2017, Vecchiali esteve em Portugal por ocasião de uma retrospetiva realizada pelo festival IndieLisboa em conjunto com a Cinemateca Portuguesa».
Na altura, a Cinemateca lembrava que Paul Vecchiali era contemporâneo da Nouvelle Vague, mas o cinema dele não era alinhado com nenhum movimento: “Profundamente singular, o cinema de Vecchiali tem a marca da independência das suas condições de produção e a da liberdade da sua abordagem”.
Vecchiali estreou-se em 1961 com o filme “Petits drames”, mas a obra permanece inédita, porque o negativo foi dado como perdido.
Da filmografia, entre os mais conhecidos filmes estão a comédia “Femmes Femmes”, exibida em Veneza, “Requiem para uma mulher”, “Once More” (1987) no qual aborda o avanço da Sida nos anos 1980, ou “Les sept déserteurs” (2017) e “Train de viés”, rodados em simultâneo, com a mesma equipa e elenco.
Vecchiali fundou as produtoras Les Films de Gion, Unité 3 e Diagonale, e escreveu sobre cinema em várias publicações, nomeadamente a revista Cahiers du Cinéma.