A esperança, a consciência, a misericórdia ou o silêncio são alguns dos temas explorados por Thomas Merton em Nenhum Homem É uma Ilha, obra ímpar do catolicismo contemporâneo e um apoio para a descoberta do sentido da vida.
Obra ímpar do catolicismo contemporâneo, e até agora inédita em Portugal, Nenhum Homem é Uma Ilha, de Thomas Merton, chega às livrarias esta terça-feira, dia 18, numa edição da LeYa/ Lua de Papel. Escrito por Thomas Merton, considerado o mais influente autor católico americano do século XX, Nenhum Homem é uma Ilha foi publicado originalmente em 1955 e posteriormente reeditado. Aclamado pela crítica, o livro reúne uma estimulante série de reflexões sobre a vida espiritual e apresenta-se como um apoio seguro para a descoberta do sentido da vida.
Em Dezembro de 1941 o jovem Thomas Merton bateu à porta do Mosteiro de Gethsemani, determinado a juntar-se à Ordem dos Monges Trapistas, uma das mais ascéticas da Igreja Católica. Durante três dias fez o que lhe era pedido: lavou pratos, encerou o chão e dormiu sempre com a janela aberta para provar o seu empenho. Foi aceite como noviço. Viveria os 27 anos seguintes no mosteiro, até à sua morte, saindo apenas para espalhar a palavra de Deus, para unir diferentes fés ou para lutar pelas causas justas – como o movimento dos direitos civis encabeçado por Martin Luther King. Pelo meio, escreveu sempre, com a bênção dos seus superiores, que lhe reconheciam o enorme talento de escritor.
Uma das suas obras que ficou para a história é esta: Nenhum Homem É uma Ilha. Os versos de John Donne (“Nenhum homem é uma ilha, completamente isolada; cada homem é uma parte do continente, uma parte do todo.”) são o mote para uma série de reflexões sobre a vida espiritual. A esperança, a consciência, a misericórdia ou o silêncio são alguns dos temas que o autor explora numa prosa firme, segura, que tanto oferece uma mão que guia, como convida à introspeção.
Segundo o Chicago Tribune, “Nenhum Homem É uma Ilha é uma estimulante série de reflexões espirituais que irá ajudar todas as pessoas que se debatem com o sentido da existência humana e que querem uma vida mais rica, preenchida e nobre.”
Thomas Merton (1915-1968) é talvez o mais influente autor católico americano do século XX. A sua autobiografia, The Seven Storey Mountain, vendeu milhões de exemplares e foi traduzida para mais de 15 línguas. Escreveu mais de 60 livros e numerosos poemas e artigos, cujos temas vão da vida monástica à não violência. Depois de uma juventude exuberante, Merton formou-se em Inglês na Universidade da Columbia (onde também concluiu o mestrado), antes de ingressar na Abadia de Gethsemani, da Ordem Cisterciense dos Trapistas. Durante os 27 anos em que pertenceu à ordem, o seu pensamento foi evoluindo, passando a considerar a luta pela paz e contra o racismo como as mais urgentes da sua era. Tornou-se muito ativo em ambos os campos, o que lhe granjeou violentas críticas de católicos e não católicos. Nos últimos anos da sua vida, dedicou-se sobretudo a promover o encontro das religiões ocidentais com as orientais, sobretudo com o budismo Zen.