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Opinião: «Como é que os critérios de qualidade em endoscopia digestiva afetam a prática clínica?», Ricardo Küttner Magalhães, médico gastrenterologista

Artigo de opinião de Ricardo Küttner Magalhães, Médico Gastrenterologista, Unidade Local de Saúde de Santo António, Porto Professor Associado Convidado, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto

A endoscopia digestiva desempenha um papel fundamental na prática médica moderna, procurando ser segura, eficaz, oportuna e equitativa, garantindo os melhores resultados possíveis e experiência do doente. A Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva (SPED), enquanto sociedade científica, assume um papel essencial na promoção e monitorização da qualidade dos procedimentos endoscópicos, assegurando que estes são realizados de acordo com os mais elevados padrões técnicos e éticos.

Procedimentos endoscópicos de alta qualidade têm uma indicação clara, estabelecem ou excluem diagnósticos relevantes, permitem intervenções adequadas, seguras e eficazes, proporcionando o máximo benefício e conforto ao doente. Para alcançar este objetivo, foram desenvolvidos indicadores de qualidade para comparar o desempenho de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos, com referências disponíveis.

Estes critérios abrangem medidas estruturais, como a adequação de infraestruturas, equipamentos e qualificação dos profissionais. Paralelamente, avaliam-se parâmetros técnicos, relacionados com o desempenho durante o procedimento endoscópico. Outras medidas analisadas envolvem os resultados dos procedimentos, nomeadamente no que diz respeito à segurança, eficácia e impacto na saúde do doente.

Mais do que uma questão técnica, a adesão aos padrões de qualidade traduz-se numa repercussão significativa na saúde e bem-estar do doente. Assumindo a colonoscopia como exemplo, um dos objetivos deste procedimento é a deteção precoce de lesões pré-malignas ou malignas, permitindo uma intervenção atempada. Para que isto seja possível é fundamental cumprir os critérios de qualidade relacionados, nomeadamente a taxa de exames completos (intubação cecal), de adequada preparação intestinal, de deteção de pólipos (adenomas, lesões serreadas), de sucesso na sua remoção e o cancro que possa surgir entre colonoscopias. Com estas medidas pretende-se diminuir a incidência e mortalidade do cancro colorretal.

 

Parâmetros para Avaliação da Qualidade

A análise da qualidade dos procedimentos endoscópicos ocorre em três momentos distintos: antes, durante e após o exame.

Antes do Procedimento é essencial garantir que o doente recebe informação clara acerca do procedimento, nomeadamente sobre a indicação para a sua realização, a sua descrição, os benefícios, o risco de complicações e as alternativas.

O consentimento informado é fundamental, assegurando que a decisão é tomada de forma consciente e partilhada, garantindo a autonomia do doente. Este processo deve ocorrer num momento anterior ao procedimento, permitindo ao doente tempo para processar a informação, consultar materiais informativos, colocar questões ou recorrer a uma segunda opinião médica.

É importante sublinhar que as endoscopias não são exames de diagnóstico, são frequentemente procedimentos terapêuticos.

Existem situações em que o consentimento não pode ser obtido, como em casos de urgência, com risco de vida iminente ou incapacidade do doente. Nestes cenários, poderá

ser necessário envolver um representante legal ou, no limite, a equipa médica tomar a decisão no melhor interesse do doente, desde que devidamente justificado.

Durante a avaliação do doente são recolhidos elementos relativos à sua história clínica, doenças e cirurgias prévias, necessidades específicas, medicação (alguns fármacos podem influenciar a remoção de lesões), alergias e exames prévios. O doente deve ser informado sobre o jejum necessário e relevada a importância da adequada preparação intestinal, que influencia diretamente a eficácia da colonoscopia, designadamente para a correta visualização de todos os segmentos do cólon.

Existem diversos parâmetros durante o Procedimento que procuram assegurar a sua máxima eficácia e segurança. Neste domínio o uso de tecnologias adequadas, a documentação fotográfica obrigatória, a identificação e classificação de lesões são muito relevantes. Monitorizam-se igualmente a taxa de exames completos, ou seja, a capacidade de atingir o cego, no caso da colonoscopia ou o duodeno, no caso da endoscopia digestiva alta. É fulcral atender à taxa de preparações intestinais adequada e à deteção de lesões, nomeadamente no cólon. Para isso é importante, entre outros, garantir o tempo mínimo para a remoção do colonoscópio, para assegurar uma inspeção detalhada do cólon.

 

Após o Procedimento, o doente deve ser monitorizado e ter alta apenas quando clinicamente for considerado seguro. Sempre que exista recurso a sedação, terá de ser acompanhado e não poderá conduzir.

O relatório documenta detalhadamente os achados, as técnicas utilizadas, a progressão anatómica (duodeno, cego), as limitações, a qualidade da visualização e contém fotografias correspondentes aos requisitos de qualidade respetivos. Deve igualmente estar datado e assinado.

As complicações, como hemorragia ou perfuração podem ocorrer, sobretudo em procedimentos terapêuticos, e são frequentemente resolvidas durante os mesmos. Estes eventos devem ser relatados e devidamente acompanhados.

As instruções pós procedimento devem abordar eventuais complicações e forma de atuação, cuidados gerais a ter, plano de seguimento e recomendações relativas à medicação.

 

A perspetiva do doente

Além dos aspetos técnicos, a perceção do doente sobre o serviço prestado é determinante para a sua experiência. A privacidade durante o exame, a atenção prestada pela equipa de saúde e a clara compreensão das orientações prestadas, no pré e pós-procedimento, são elementos essenciais para a sua satisfação global. A implementação de inquéritos de satisfação pode contribuir para a monitorização de indicadores de qualidade, e consequentemente, para a definição de planos e ações para a melhoria contínua da experiência do utente.

As unidades de endoscopia devem manter um arquivo com os relatórios clínicos, garantindo a confidencialidade e a proteção dos dados dos doentes. Assim, em caso de necessidade, podem facultar uma segunda via do relatório ao utente.

Reflexão final

O progresso da endoscopia digestiva exige um compromisso contínuo com a excelência, incluindo a adesão às boas práticas clínicas, a monitorização de indicadores de qualidade e a valorização da experiência do doente. A qualidade em endoscopia acontece antes, durante e após o exame, e o doente é um protagonista fulcral neste processo.

É fundamental promover a consciência sobre a qualidade dos cuidados de saúde, garantindo uma prática clínica segura, eficaz e centrada no doente.

“Somos o que fazemos repetidamente. A excelência, então, não é um ato, mas um hábito.” (Will Durant)

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