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Opinião: «Dismorfia corporal, quando há uma excessiva preocupação com um defeito corporal imaginário», Cátia Lopes, hipnoterapeuta

Artigo de opinião de Cátia Lopes, Hipnoterapeuta das Clínicas Dr. Alberto Lopes

11 Outubro 2024
Cátia Lopes, hipnoterapeuta

A perturbação dismórfica corporal é caracterizada por uma excessiva preocupação com um defeito corporal imaginário para o paciente. Este tem a tendência a desenvolver uma marcada angústia associada ao suposto defeito corporal e que interfere significativamente nas interações sociais.

Quais são as causas mais comuns desta perturbação?

Várias teorias têm tentado explicar a etiologia da dismorfia. A psicanálise refere a causa associada a conflitos emocionais/sexuais inconscientes ou a sentimentos de culpa e baixa autoestima. Teorias biológicas apontam como causa desregulação no neurotransmissor serotonina e outras perturbações do âmbito neurológico. Já os modelos cognitivo-comportamentais referem que pode ser uma variedade de fatores interligados e que causam a dismorfia, tais como predisposição genética, fatores culturais, vulnerabilidades psicológicas e experiências adversas ocorridas na infância.

Quais são os sintomas mais comuns?

Preocupação excessiva com o defeito corporal imaginário, predominantemente defeitos faciais (nariz e queixo);

Angústia;

Evitamento social;

Medo de rejeição;

Isolamento social;

Comportamentos compulsivos, como passar muito tempo em frente do espelho a maquilhar, pentear, desfazer a barba;

Comparação excessiva com os outros na tentativa de provar que tem um defeito real;

Comportamentos suicidas (24 a 29 % referem tentativas de suicídio).

 

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico deverá ser feito por profissionais de saúde mental (psicólogos e psiquiatras), tendo em conta critérios de diagnóstico específicos

 

Que tipo de consequências tem a curto e longo prazo? São muito graves?

Isolamento social

Ideação e tentativas de suicídio

Depressão

Ansiedade

Comportamentos obsessivo compulsivos

Ideias delirantes

 

Quem está mais vulnerável a este problema? É mais comum em alguma faixa etária?

Os dados referentes à prevalência da dismorfia não são realmente conhecidos, já que estes indivíduos tendem a procurar principalmente profissionais da área da estética, dermatologia e cirurgia plástica para a resolução do problema. No entanto mostra-se mais frequente no sexo feminino, com idades compreendidas entre os 15 e 30 anos.

 

Que tipo de acompanhamento e tratamento exige uma pessoa com esta perturbação?

Fundamentalmente a psicologia e também acompanhamento psiquiátrico. Em alguns casos o tratamento psicológico combinado com psicofármacos tem mostrado melhores resultados, principalmente quando surgem delírios associados á preocupação excessiva com o defeito. Importa referir que o tratamento destes pacientes não deve passar por tratamentos estéticos/ cirúrgicos, tendo em conta a ausência de melhoria do quadro sintomatológico depois destes procedimentos.

 

É possível recuperar completamente?

A resposta ao tratamento requer pelo menos 16 semanas de terapia combinada com psicofarmacologia. A taxa de resposta é de 50%–80% ao tratamento farmacológico combinado com acompanhamento psicoterapêutico. São comuns recaídas e comorbilidades com depressão e ansiedade.

 

Como é que a família e os amigos conseguem ajudar uma pessoa com esta condição?

Ajudar alguém nesta condição sobretudo passa por aceitar os sentimentos da pessoa, oferecer tempo e espaço para partilhar pensamentos e sentimentos e ajudar na procura de apoio e ajuda especializada.

 

É possível prevenir a dismorfia corporal?

Tendo em conta a variedade de fatores que se podem combinar para desenvolver uma dismorfia corporal, o fator no qual a prevenção pode ser mais eficaz relaciona-se com as experiências adversas ocorridas na infância. Estas referem-se a experiências de cariz traumático contra a criança/adolescente, ambiente familiar disfuncional e negligência.

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