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Opinião: «Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica e as mulheres – um problema silencioso», Sandra Vañes Baños, especialista em Pneumologia e Medicina Familiar

10 Março 2025
Sandra Vañes Baños, especialista em Pneumologia e Medicina Familiar

Artigo de opinião de Sandra Vañes Baños, especialista em Pneumologia e Medicina Familiar

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma das principais causas de mortalidade e incapacidade no mundo. É uma doença progressiva caracterizada por uma obstrução irreversível do fluxo de ar, que dificulta a respiração e prejudica a qualidade de vida dos doentes, resultando em elevados custos associados para o sistema de saúde, bem como para as pessoas afetadas e as suas famílias.

A DPOC constitui um grave problema de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a terceira principal causa de morte em todo o mundo, apenas atrás das doenças cardiovasculares e do cancro. Em 2019, estimou-se que mais de 3,2 milhões de pessoas morreram devido a esta doença, e o número continua a aumentar.

De acordo com um estudo de 2023, estima-se que a prevalência global da DPOC em 2050 se aproxime dos 600 milhões de casos, o que representa um crescimento relativo de 23% no número de pessoas com DPOC em relação a 2020. Espera-se que o maior crescimento ocorra entre as mulheres e nos países e regiões de baixo e médio rendimento.

Num estudo realizado em Lisboa, publicado em 2013, foi estimada uma prevalência de 14,2%, indicando que se trata de uma doença comum nesta região, com uma grande proporção de casos subdiagnosticados.

Outros estudos foram realizados em Espanha, que podem ser considerados dada a proximidade geográfica. O estudo EPISCAN, publicado em 2007, revelou uma prevalência de DPOC de 10,2% na população com idades compreendidas entre os 40 e os 80 anos, com uma distribuição de 15,1% nos homens e 5,7% nas mulheres. Este mesmo estudo evidenciou uma taxa de subdiagnóstico de 73%, sendo 1,27 vezes mais frequente nas mulheres do que nos homens. Posteriormente, o estudo EPISCAN II realizado entre 2017 e 2019, mostrou um aumento da prevalência da DPOC nas mulheres quase duplicando numa década, passando de 5,7% para 9,4%.

O principal fator de risco da DPOC é a exposição ao tabaco, que está associada a 80-90% dos casos, mas não é o único. Outros fatores incluem a exposição à poluição atmosférica, ao fumo de biomassa proveniente da queima de madeira e carvão para aquecimento doméstico e para cozinhar, especialmente nos países em desenvolvimento, afetando principalmente as mulheres. Fatores menos comuns, como alterações genéticas, como a deficiência de alfa-1 antitripsina, ou infeções respiratórias na infância, podem predispor à DPOC na idade adulta.

Historicamente, a DPOC tem sido considerada uma doença masculina, uma vez que o tabagismo, o seu principal fator de risco, era mais comum nos homens. No entanto, nas últimas décadas, verificou-se uma mudança drástica, com o aumento do consumo de tabaco por parte das mulheres, em resultado de campanhas publicitárias que promoviam o consumo de tabaco como símbolo de independência e sofisticação, o que levou a uma diminuição da diferença entre os géneros.

Esta situação tem levado ao aprofundamento do estudo desta doença nas mulheres, com investigações científicas que descrevem que as mulheres parecem ser mais vulneráveis aos efeitos nocivos do tabaco e de outras substâncias que causam irritação devido a aspetos anatómicos e hormonais, assim como a uma maior suscetibilidade genética relacionada com a resposta inflamatória. Este cenário resulta em sintomas mais graves, com comprometimento semelhante da função pulmonar e a maiores índices de depressão e ansiedade, o que pode condicionar a adesão ao tratamento.

Para alterar esta situação, estão a ser implementadas estratégias de prevenção para reduzir o tabagismo entre as mulheres e para melhorar as condições em que as mulheres cozinham com biomassa, juntamente com um maior rastreio médico para melhorar o subdiagnóstico e o tratamento precoce.

Em conclusão, a DPOC nas mulheres representa um desafio crescente em termos de saúde pública global, refletindo alterações socioculturais e comportamentais, especialmente relacionadas com o tabagismo e as suas peculiaridades anatómicas, hormonais e genéticas. É crucial reconhecer estas tendências, a fim de implementar estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adaptadas ao género, que respondam às necessidades específicas da população feminina afetada por esta doença.

 

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