Tem dois picos de incidência, o primeiro, e de maior predomínio, entre os 10-25 anos (osteossarcoma primário), e o segundo acima dos 60 anos (normalmente é um osteossarcoma secundário).
É ligeiramente mais prevalente no género masculino e, dos 10 aos 30 anos, terão maior risco. De facto, em crianças e jovens adolescentes associa-se à fase de maior e mais acelerado crescimento (puberdade). Além disso, o osteossarcoma pode localizar-se em qualquer osso, mas ocorre mais frequentemente nas extremidades dos ossos longos, nas áreas com crescimento mais acelerado, como no joelho (60%), fémur distal e tíbia proximal, depois a bacia e úmero proximal. O Osteossarcoma tem diferentes subtipos histológicos, sendo o mais comum o convencional (80-90%).
Não podemos prevenir ter um Osteossarcoma, mas podemos evitar o diagnóstico tardio, porque neste tumor maligno de rápido crescimento o diagnóstico precoce é fundamental e salva vidas!
Com o tempo de evolução, as células tumorais podem invadir a corrente sanguínea e desenvolver lesões secundárias à distância, chamadas metástases, que se localizam com maior frequência nos pulmões. A progressão tumoral compromete a função, o membro e, mais importante, a sobrevida. Os sinais e sintomas não são específicos e, por isso, é tão importante todos estarmos informados e em alerta.
Na verdade, devemos ter consciência de que nem tudo são dores musculares, hematomas ou entorses e, por isso, valorizar os sinais e uma radiografia (Raio-X) nas primeiras seis semanas fará toda a diferença!
Neste contexto, alertar e informar é fundamental. Devemos valorizar uma dor localizada que se mantém ou que volta sempre, intermitente, inexplicável, que agrava à noite ou com atividade física, uma massa ou tumefação que aumenta de volume, edema ou derrame articular, a diminuição de mobilidade da articulação, impotência ou disfunção, e coxear ou mancar. Quando ocorre uma fratura patológica significa que já houve evolução e o diagnóstico foi tardio. Se realizada, a radiografia permite identificar a lesão óssea e ser referenciado para a Ortopedia Oncológica em Centros de Referência de Sarcomas Ósseos e de Tecidos Moles. O estudo diagnóstico inclui uma biópsia.
O tratamento do Osteossarcoma é sempre multidisciplinar e deve ser orientado por equipas experientes nos Centros de Referência nacional. Nas últimas duas décadas houve um significativo avanço no tratamento cirúrgico para salvamento de membro e as reconstruções podem ser biológicas ou com megapróteses. A amputação, sendo rara, mantém algumas indicações específicas. No entanto, em relação ao tratamento sistémico, a quimioterapia mantém-se sobreponível. Atualmente, investe-se neste sentido, para encontrar possíveis alvos para o tratamento sistémico e reduzir a toxicidade. Existem diversos estudos de investigação, alguns multicêntricos, internacionais a decorrer. Instituições como a Fundación Elena Tertre apoiam a investigação do cancro. Na doença localizada a sobrevida aos 5 anos é de 60-80%, na metastática é de 20-30% e se recidiva local ou metástase durante o seguimento estima-se em 40%, existindo variabilidade.
Os doentes mostram atingir elevada qualidade de vida, apesar das reconstruções complexas ou mesmo nos casos de amputação, especialmente se estes procederam a cirurgia de osteointegração. Atualmente, as cirurgias de salvamento de membro conseguem proporcionar um elevado nível funcional e ausência de dor, assegurando qualidade de vida. Alguns ex-doentes são desportistas de alto rendimento!
Salvar vidas faz a diferença! Convido, por isso, o leitor a entrar na Onda Ibérica que cresce nas redes sociais e partilhar a mesma, para alertar para o diagnóstico precoce do Osteossarcoma!