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Opinião: «Já ouviu falar do osteossarcoma? É o cancro ósseo mais frequente, apesar de raro», Vânia Oliveira, médica Ortopedista

28 Maio 2025
Vânia Oliveira, médica Ortopedista

Artigo de opinião de Vânia Oliveira, médica Ortopedista

Tem dois picos de incidência, o primeiro, e de maior predomínio, entre os 10-25 anos (osteossarcoma primário), e o segundo acima dos 60 anos (normalmente é um osteossarcoma secundário).

É ligeiramente mais prevalente no género masculino e, dos 10 aos 30 anos, terão maior risco. De facto, em crianças e jovens adolescentes associa-se à fase de maior e mais acelerado crescimento (puberdade). Além disso, o osteossarcoma pode localizar-se em qualquer osso, mas ocorre mais frequentemente nas extremidades dos ossos longos, nas áreas com crescimento mais acelerado, como no joelho (60%), fémur distal e tíbia proximal, depois a bacia e úmero proximal. O Osteossarcoma tem diferentes subtipos histológicos, sendo o mais comum o convencional (80-90%).

Não podemos prevenir ter um Osteossarcoma, mas podemos evitar o diagnóstico tardio, porque neste tumor maligno de rápido crescimento o diagnóstico precoce é fundamental e salva vidas!

Com o tempo de evolução, as células tumorais podem invadir a corrente sanguínea e desenvolver lesões secundárias à distância, chamadas metástases, que se localizam com maior frequência nos pulmões. A progressão tumoral compromete a função, o membro e, mais importante, a sobrevida. Os sinais e sintomas não são específicos e, por isso, é tão importante todos estarmos informados e em alerta.

Na verdade, devemos ter consciência de que nem tudo são dores musculares, hematomas ou entorses e, por isso, valorizar os sinais e uma radiografia (Raio-X) nas primeiras seis semanas fará toda a diferença!

Neste contexto, alertar e informar é fundamental. Devemos valorizar uma dor localizada que se mantém ou que volta sempre, intermitente, inexplicável, que agrava à noite ou com atividade física, uma massa ou tumefação que aumenta de volume, edema ou derrame articular, a diminuição de mobilidade da articulação, impotência ou disfunção, e coxear ou mancar. Quando ocorre uma fratura patológica significa que já houve evolução e o diagnóstico foi tardio. Se realizada, a radiografia permite identificar a lesão óssea e ser referenciado para a Ortopedia Oncológica em Centros de Referência de Sarcomas Ósseos e de Tecidos Moles. O estudo diagnóstico inclui uma biópsia.

O tratamento do Osteossarcoma é sempre multidisciplinar e deve ser orientado por equipas experientes nos Centros de Referência nacional. Nas últimas duas décadas houve um significativo avanço no tratamento cirúrgico para salvamento de membro e as reconstruções podem ser biológicas ou com megapróteses. A amputação, sendo rara, mantém algumas indicações específicas. No entanto, em relação ao tratamento sistémico, a quimioterapia mantém-se sobreponível. Atualmente, investe-se neste sentido, para encontrar possíveis alvos para o tratamento sistémico e reduzir a toxicidade. Existem diversos estudos de investigação, alguns multicêntricos, internacionais a decorrer. Instituições como a Fundación Elena Tertre apoiam a investigação do cancro. Na doença localizada a sobrevida aos 5 anos é de 60-80%, na metastática é de 20-30% e se recidiva local ou metástase durante o seguimento estima-se em 40%, existindo variabilidade.

Os doentes mostram atingir elevada qualidade de vida, apesar das reconstruções complexas ou mesmo nos casos de amputação, especialmente se estes procederam a cirurgia de osteointegração. Atualmente, as cirurgias de salvamento de membro conseguem proporcionar um elevado nível funcional e ausência de dor, assegurando qualidade de vida. Alguns ex-doentes são desportistas de alto rendimento!

Salvar vidas faz a diferença! Convido, por isso, o leitor a entrar na Onda Ibérica que cresce nas redes sociais e partilhar a mesma, para alertar para o diagnóstico precoce do Osteossarcoma!