Planear o Natal em tempos de Covid-19? Eis 5 questões que deve considerar

Perceba como pode assegurar a segurança da sua família nesta quadra natalícia.

Como vai ser o Natal este ano? Esta é a pergunta que muitos têm feito nas últimas semanas. A incerteza que tem caracterizado o ano de 2020 determina que poucos são aqueles capazes de prever e planear a forma como

Os efeitos da crise provocada pela Covid-19 têm sido devastadores. Contabilizam-se ao todo mais de um milhão de mortes a lamentar. Milhares de pessoas perderam os seus empregos e muitos negócio abriram falência. Sendo certo que estamos perto de ter uma vacina disponível, a verdade é que a situação ainda não se encontra estabilizada.

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Os efeitos psicológicos e emocionais desta crise são igualmente óbvios. O isolamento social e a incapacidade de estarmos perto de quem mais gostamos tem gerado inúmeros problemas. Com a chegada do Natal todos esperamos conseguir estar reunidos, mas será que podemos? Será possível celebrar em segurança a quadra natalícia com os nossos familiares?

De forma a ajudar a esclarecer estas questões o portal AARP reuniu recentemente o contributo de inúmeros especialistas infeciologistas com o objetivo de perceber de que forma devemos afinal atuar no próximo mês de dezembro.

 

  1. “Um familiar meu teve Covid-19 há umas semanas. Será que ainda me pode infetar?”

Tal como afirmam os especialistas, habitualmente os infetados pelo vírus deixam praticamente de o conseguir propagar após 10 a 14 dias. No entanto, existe ainda muito que não se sabe sobre este vírus. Nada é absolutamente certo, pelo que uma pessoa infetada só deve ter contacto com outra após ter o OK de um médico. Tudo indica que após uma recuperação total estas pessoas deixam de representar um risco para os outros.

 

  1. “Testei positivo para a Covid-19 no início deste ano. Isso significa que agora estou imune?”

Ainda não é completamente possível dar uma resposta definitiva a esta questão. É certo que as pessoas que recuperam da doença demonstram ter uma imunidade inicial, no entanto não sabemos ao certo durante quanto tempo ou com que eficácia. De resto têm existido diversos relatos de pessoas que contraíram o vírus mais do que uma vez.

A verdade é que a severidade da infeção parece igualmente influenciar o número de anticorpos e o tempo que permanecem no sangue. Os casos assintomáticos apresentam níveis de anticorpos significativamente menores quando comparado com os casos que apresentaram sintomas. Isto pode indicar que os assintomáticos apresentam um risco superior de reinfeção, mas neste momento é ainda impossível ter a certeza do nível exato de anticorpos que é necessário para proteger as pessoas do vírus.

 

  1. “No meu concelho já tivemos um surto de casos. Isso pode significar que atingimos agora uma imunidade coletiva? ”

A imunidade de grupo tem sido um tema abordado desde o início da pandemia. No entanto esta tem sido uma hipótese descartada pelos especialistas, pelo menos nesta fase da pandemia. É necessário que cerca de 60-70% da população tenha contraído o vírus para que possa existir uma mínima chance de atingir uma imunidade de grupo. Isso parece ainda altamente improvável. Até nas cidades mais afetadas – como Nova Iorque – a taxa de infeção não parece ultrapassar os 20%.

Uma vacina poderá alterar esta situação e criar condições para que se forme realmente uma imunidade coletiva. No entanto, para que tal aconteça, será necessário que ela esteja disponível universalmente e que os indivíduos a queiram tomar.

 

  1. “Se organizar um natal/encontro de Natal com a família devem existir algumas regras que todos devemos seguir?”

Todas as famílias terão que conversar sobre este tema. As regras poderão variar dependendo das circunstâncias, mas uma ideia recomendada por alguns especialistas é que se defina que os convidados tenham que se ter vacinado contra gripe antes do jantar de Natal. Isto, no mínimo, deverá ser uma obrigação para todos os mais vulneráveis.

A verdade é que os sintomas da gripe e da Covid-19 são muito semelhantes. É até possível contrair os dois vírus simultaneamente. O grande problema é que apanhar uma gripe pode aumentar significativamente a taxa de mortalidade de uma futura infeção covid. Os pulmões simplesmente não serão capazes de resistir ao coronavírus, caso tenham tido que lidar antes com uma gripe comum. Se tiver acesso à vacina da gripe então tome-a.

 

  1. “Toda a minha família está de perfeita saúde. Neste caso a Covid-19 apresenta algum risco?”

Como já é sabido é impossível prever com exatidão o quão doente pode ficar um doente Covid-19. Alguns dados parecem indicar que os caso mais graves acontecem em pessoas com níveis de inflamação mais altos nas moléculas do sangue, mas isso não está ainda inteiramente comprovado. Isto deve significar que independentemente do seu estado de saúde, todos devemos assumir o máximo de precauções. Um adulto saudável que seja infetado pelo coronavírus representa um risco para os outros e para si mesmo.

Durante o mês de dezembro ninguém pode ainda relaxar. Todos teremos que tomar decisões difíceis e responsáveis que consigam promover a segurança de quem mais gostamos.

 

  1. “Vamos ter que eliminar todas as tradições de Natal”

Após mais de 6 meses a lidar com este isolamento e distanciamento social é normal que muitos sintam uma enorme vontade de conseguir retomar o contacto com a família no período de Natal. É inteiramente compreensível. No entanto teremos que ser responsáveis e assumir que este ano tudo será completamente diferente. Não faz sentido correr o risco de infetar alguém e possivelmente ser responsável por uma morte. Como tal os ajuntamentos familiares terão que ser reduzidos ao mínimo.

Caso escolha ainda organizar um encontro na noite de Natal existem certamente algumas regras que vão assegurar a segurança dos participantes.

. Todos devem usar máscara durante o encontro. Sem exceções

. Se possível o encontro deve ser realizado no exterior.

. Evitar que as pessoas estejam perto umas das outras durante muito tempo.

. Crie distanciamento e vias de circulação.

. Lavar e desinfetar constantemente as mãos.

. Opte por um encontro via Zoom com alguns familiares mais distantes

. Respeite todos os membros da família que não se sintam confortáveis a comparecer

. Se tiver qualquer tipo de sintoma fique em casa.

 

 

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