O enigma para entender por que os humanos estão mais mais altos e chegam à puberdade mais cedo do que nunca pode ser explicado por um sensor no cérebro, afirmam os cientistas.
A altura média das pessoas no Reino Unido aumentou em 10 centímetros durante o século XX, e até 20 centímetros noutros outros países, à medida em que a saúde nutricional melhorou, avança a BBC.
Mas exatamente como isso acontece nunca foi compreendido.
A descoberta pode levar ao desenvolvimento de medicamentos para melhorar a massa muscular e tratar o crescimento tardio, dizem investigadores do Reino Unido.
Os cientistas sabem há muito tempo que os humanos com boas dietas e acesso a alimentos saudáveis tendem a crescer mais e a amadurecer mais rapidamente.
Sabe-se que os sinais da alimentação chegam a uma parte do cérebro chamada hipotálamo, informando sobre a saúde nutricional do corpo e desencadeando o crescimento.
Este novo estudo, publicado na revista Nature e liderado por investigadores da Universidade de Cambridge, em conjunto com equipas da Queen Mary University of London, University of Bristol, University of Michigan e Vanderbilt University, descobriu o receptor cerebral por detrás desse processo.
Chama-se MC3R. Ele é o elo crucial entre o desenvolvimento e o crescimento alimentar e sexual.
Quando o recetor do cérebro não funciona normalmente, os investigadores descobriram que as pessoas tendem a ser mais baixas e a começar a puberdade mais tarde do que outras pessoas.
A equipa pesquisou a composição genética de meio milhão de voluntários inscritos no UK Biobank – um enorme banco de dados de informações genéticas e de saúde – para confirmar que isso era verdade.
Crianças com mutações genéticas que afetam o recetor cerebral eram todas mais baixas e pesavam menos do que as outras. Isso mostra que o efeito começa muito cedo na vida.
A equipa de pesquisa encontrou uma pessoa que tinha mutações em ambas as cópias do gene para MC3R, o que é extremamente raro e prejudicial. Essa pessoa era muito baixa e começou a puberdade após os 20 anos.