O Doutor Finanças, partilha algumas estratégias para poupar na compra de material escolar, numa altura em que as famílias portuguesas se preparam para o regresso às aulas dos mais novos, um dos momentos mais desafiantes do ano no que respeita à gestão do orçamento familiar.
“Depois das férias, em que os gastos das famílias tendem a ser mais elevados, os encargos associados ao regresso às aulas têm um grande peso no orçamento, devendo, por isso, ser devidamente calculados e planeados. E há estratégias que podem ajudar muito a reduzir esta fatura, ajudando as famílias a manter as suas finanças equilibradas”, refere Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças.
Em primeiro lugar, o Doutor Finanças aconselha a estabelecer um orçamento para os gastos relacionados com o material escolar, para termos uma ideia mais clara do que podemos investir nos vários itens. Isto porque existem materiais em que podemos optar por soluções mais baratas, e outros em que pode fazer sentido investirmos um pouco mais, se a qualidade o justificar, para evitar adquirir o mesmo material num futuro próximo.
Neste sentido, é igualmente importante fazer uma lista do material necessário para o arranque do ano letivo, de forma a percebermos o que realmente faz falta. Há artigos imprescindíveis para o começo das aulas, e outros mais específicos de cada disciplina, que serão identificados mais tarde pelos professores.
Com a lista feita, chega a hora de perceber onde podemos efetivamente poupar. Talvez já tenhamos em casa algum do material de que precisamos. Afinal de contas, nem tudo aquilo que foi usado no ano anterior ficou inutilizável. Envolver as crianças neste processo é também uma excelente oportunidade para ensinar a importância de poupar e reutilizar materiais.
Depois de perceber qual o material escolar prioritário no regresso às aulas, devemos optar por comprar esses artigos em primeiro lugar e adquirir mais à frente o que não for necessário no imediato, de forma a não sobrecarregarmos o orçamento familiar.
Antes de avançar, porém, é fundamental comparar preços para garantir o máximo de poupança possível. Desde folhetos dos estabelecimentos comerciais aos sites de comparação de preços, existem várias formas de perceber onde podemos comprar um artigo mais barato.
Da mesma forma, é necessário comparar promoções. É importante perceber quais as promoções mais vantajosas, tendo em conta a diferença entre descontos diretos e descontos em cartão ou em talão. Relativamente às promoções online, estas nem sempre são iguais às que estão em vigor nas lojas físicas.
Em todas as compras, devemos sempre pedir fatura com o NIF de um dos membros do agregado familiar, já que só assim será possível deduzir estas despesas no IRS. Cada agregado familiar pode deduzir 30% dos gastos com educação e formação, até um limite de 800 euros (ou 880 euros, se estudar no interior do país). No entanto, só são válidas as despesas isentas de IVA ou que são tributadas à taxa reduzida (6%). Mesmo que não possamos deduzir alguns destes gastos na categoria de educação, podemos fazê-lo na de despesas gerais e familiares. Neste caso, é deduzido 35% do valor até um limite de 250 euros por contribuinte. No caso das famílias monoparentais, a dedução chega aos 45%, com limite de 335 euros.
No caso das crianças e jovens que frequentem uma escola pública ou privada com contrato de associação, aproveitar os manuais escolares gratuitos também é uma forma de poupar significativamente neste regresso às aulas. Para usufruir deste benefício, os encarregados de educação devem fazer o registo na plataforma MEGA, através da qual são emitidos os vales para levantar os livros gratuitamente na escola ou numa livraria aderente. No final do ano, os manuais usados devem ser devolvidos, para garantir o direito a receber novos vales no ano letivo seguinte.