Em 1950, os homens e mulheres com 65 anos de idade poderiam esperar viver, em média, mais 11 anos. Hoje esse número subiu para 17 (de acordo com as mais recentes previsões das Nações Unidas), com a previsão a indicar que deverá aumentar ainda mais outros 5 anos até ao final deste século.
A principal consequência deste crescimento da esperança média de vida é o desequilíbrio da balança geracional. Cada vez teremos uma percentagem maior de população acima dos 65 e o ‘gap’ geracional continuará a acentuar-se nas próximas décadas.
Ouvimos diariamente relatos sombrios sobre a consequência deste facto nas televisões e jornais. Sobre como este envelhecimento geral da população irá gerar uma Crise sem precedentes nas Sociedades (sobretudo Ocidentais e desenvolvidas). Os avisos são constantes.
No entanto, segundo um estudo conduzido pelo Viena Institute of Demographics, uma simples mudança na forma como olhamos para este fenómeno pode ajudar a obter uma perspectiva mais positiva sobre o nosso envelhecimento.
E se, ao invés de analisarmos as pessoas mais velhas pelos anos de vida que têm, procurássemos antes colocar o foco nos anos de vida que ainda terão, em média, até ao fim da sua vida?
Neste estudo (publicado em Fevereiro de 2018) os investigadores exploraram as implicações deste modelo alternativo de avaliar a problemática do envelhecimento generalizado da população e descobriram que de acordo com esta nova perspectiva, este fenómeno irá estabilizar e eventualmente terminar em meados deste século.
Esta afirmação justifica-se em parte pelo paralelo criado entre o conceito económico de Inflação e o fenómeno do envelhecimento, proposto no estudo. A título de exemplo, habitualmente dizemos que no passado com 65€ seriamos capazes de comprar a mesma quantidade de produtos para as quais agora necessitamos de 75€. É simplesmente o resultado da inflação. Em termos práticos estes 75€ são os novos 65€, pois estes valores nos seus respectivos tempos têm igual valor de poder compra. Permitem comprar a mesma quantidade de produtos.
Da mesma forma, quando o Estudo afirma que os 75 anos são os novos 65, procura assim confirmar algo semelhante: que actualmente alguém com 75 anos de vida tem a mesma quantidade de anos restantes de vida que alguém no passado com 65 anos.
Este ajuste proposto pelos investigadores expresso no conceito de “Inflação do envelhecimento” permite assim novas interpretações deste fenómeno no futuro. Sendo, no entanto, claro que será necessário continuar a estudar propostas inovadoras na área das políticas sociais e do emprego de forma a preparar a sociedade para o fenómeno do envelhecimento generalizado.
À medida que as pessoas vão vivendo mais anos também as estruturas governamentais se terão que adaptar, procurando encontrar políticas de futuro que assegurem a estabilidade de uma Sociedade Ocidental e Desenvolvida tendencialmente mais “velha”.