“Todo este livro se baseia em histórias, mas não apenas nas minhas histórias e experiências. São elas que nos levam a criar emoções e empatia, palavras que têm de ser uma constante nos actores políticos, apesar da frieza e racionalidade que devem presidir a todas as acções e decisões.”
Profissional da comunicação há 30 anos, o autor recorre a episódios reais com protagonistas nacionais e internacionais, mas também a exemplos da literatura, do cinema e da televisão, para com humor e sarcasmo desconstruir a velha arte de fazer política. Não pareças um político é o primeiro mandamento… sair a tempo o último. “Dizer sempre a verdade… quando puder”, também é explicado num dos capítulos. Um livro com luzes e sombras, verdades e mentiras, mitos e caricaturas e muitos casos lapidares sobre imagem, comunicação e poder.
“Na base da política está sempre a fábula do sapo do escorpião. O político é sempre um escorpião, porque é um sobrevivente e não olha a meios para atingir os fins, não fosse essa uma premissa essencial da doutrina de Maquiavel. Houve um tempo em que a arte de um político derivava da sua intuição, o saber de experiência feito sobre o andar dos dias, era mais instintiva do que esquemática, daí a expressão ‘animal político’. Contudo, a evolução da humanidade transporta-nos para os big data, para a tecnologia, para as redes sociais, para a Inteligência Artificial. Um político tem de estar preparado para esta nova arena mais de vale-tudo do que o organizado boxe tradicional. Porque, como dizia o inolvidável Samuel Fuller numa cena de Pedro, o Louco, de Jean-Luc Godard: ‘O cinema é como um campo de batalha. Amor, ódio, acção, violência, morte. Numa palavra: emoção.’ Troquem a palavra cinema por política e vão ver que é exactamente a mesma coisa.”
Consultor de comunicação, Rui Calafate acumula três décadas de experiência profissional. Como jornalista, foi redactor de política e editor da secção de internacional do jornal “Semanário”, director-executivo da revista PM e fundador da revista Política Moderna, que dirigiu durante três anos. Posteriormente, foi responsável pela comunicação da Câmara Municipal de Lisboa e adjunto político do primeiro-ministro no XIV Governo Constitucional. Passou por vários projectos na área da comunicação empresarial e política até lançar a sua própria empresa de comunicação, que existe desde 2009. É comentador da CNN-Portugal, colunista do Jornal Económico e do Record e autor do podcast “Maquiavel para Principiantes”. Este é o seu primeiro livro.