Todos aqueles que visitarem o parque de dinossauros da Lourinhã poderão conhecer melhor esta intrigante espécie que viveu durante o período Pérmico, há mais de 270 milhões de anos, e cujo principal traço distintivo é a sua mandíbula, que se assemelha a uma serra circular.
Frequentemente descrito como um dos mais bizarros tubarões conhecidos, devido à peculiar forma do seu esqueleto, o Helicoprion representa, há décadas, um desafio para a comunidade científica. Há poucas certezas sobre as funções efetivas da sua mandíbula já que, como todos os tubarões, possui um esqueleto constituído por cartilagem, o que dificulta a fossilização e a preservação ao longo do tempo, tornando mais difícil conduzir estudos sobre esta espécie. Ainda assim, conhecidos há mais de um século, os fósseis existentes têm permitido perceber a estranha forma como estavam dispostos os dentes deste tubarão, numa linha em espiral, em forma de abre-latas. O formato da mandíbula inferior, semelhante a uma serra circular, sugere uma função única na alimentação desta espécie de tubarão, havendo uma corrente de paleontólogos que acredita que os seus dentes poderão ter sido utilizados para abrir e partir conchas. Por outro lado, esta posição singular da dentição sugere uma estratégia única de alimentação, onde cada dentada permitiria puxar a presa mais profundamente para dentro da sua boca. De que se alimentava? Como mastigava? Como caçava? São questões que continuam a intrigar os estudiosos, não existindo atualmente nada parecido com este estranho tubarão entre as diversas espécies conhecidas. No entanto, antes de enfrentarem um destino trágico, desaparecendo na maior extinção da história, no final do período Pérmico, há cerca de 250 milhões de anos, precedendo mesmo ao aparecimento dos primeiros dinossauros, eram vários os exemplares desta espécie. Trata-se de uma família de gigantes dos mares que inclui diversos tubarões com bocas muito estranhas. Destaca-se o Helicoprion, como o maior e mais reconhecido do grupo, cujos fósseis têm contribuído para a compreensão da diversidade e evolução dos tubarões pré-históricos. São várias as descobertas científicas que revelaram fósseis relacionados com o Helicoprion, em diversas partes do mundo, testemunhando a distribuição desta peculiar espécie da família dos tubarões. Porém, ao contrário dos tubarões atuais, que geralmente possuem múltiplas barbatanas na parte inferior e dorsal, o Helicoprion aparentemente possuía apenas uma barbatana dorsal e duas barbatanas peitorais, destacando ainda mais as características únicas desta espécie. O Helicoprion e os seus parentes foram alguns dos maiores animais que jamais habitaram os oceanos, antes da era dos dinossauros, superando em tamanho o atual tubarão-branco. A partir de agora, este estranho e fantástico tubarão junta-se à família do Dino Parque Lourinhã, onde será possível testemunhar ao vivo a sua impressionante envergadura, através de uma réplica exata, com 7 metros de comprimento, 3,5 metros de largura e 3,3 metros de altura.Tubarão com 7 metros de comprimento e 270 milhões de anos emerge no Dino Parque
Com 7 metros de comprimento e mais de 3 metros de altura, o Helicoprion, um dos mais peculiares tubarões que já habitaram o planeta Terra, muitos antes dos dinossauros, é o mais recente habitante do Dino Parque.
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