É um problema de Saúde Pública que acarreta consequências a nível social e económico em que todos vamos estar direta ou indiretamente implicados. Gordura já não significa formosura, pois houve quem achasse isso no passado. Significa excesso de peso, obesidade, riscos para a saúde, diminuição de autoestima, dificuldade em fazer muita coisa… «Não é bonito ter gordura a mais, seja ela muita ou pouca. Ninguém gosta», começa por afirmar o cirurgião plástico, Ângelo Rebelo.
A gordura apresenta-se em diversas formas, localizações, quantidade e em qualquer idade. A gordura pode estar generalizada ou localizada. Pode haver excesso peso e obesidade, ou pessoas com peso normal ou abaixo do normal, mas que se sentem mal e desconfortáveis com a localização de certas gorduras.
A sua causa tem sempre um componente genético importante. Conhecemos pessoas que comem pouco e engordam e outras que se fartam de comer e não engordam. Mas não se iludam, não há gordura sem comida. Quer dizer que por muito que nos queiramos convencer ou que nos queiram convencer não se engorda, muito ou pouco, sem comer, com a contribuição dos fatores que já mencionámos. São causas para a gordura incómoda, em maior ou menor quantidade, a alimentação, a falta de exercício físico, o sedentarismo e algumas doenças e a principal – genética. Não podemos interferir diretamente na genética por enquanto, para alterar ou evitar o seu aparecimento e desenvolvimento. Mas podemos fazer a prevenção e educação do resto, e isso começa na barriga da Mãe.
Mas, depois da “desgraça” instalada o que é que podemos fazer?
Deve combater-se de início e o mais cedo possível, com exercício físico e cuidados com a alimentação. Depois de instaladas estas “gorduras” têm que ser combatidas pelos seus “inimigos”. Há os “inimigos” verdadeiros e os falsos.
Existe uma quantidade enorme de soluções que são apresentadas e publicitadas como cremes e comprimidos milagrosos, dietas mirabolantes, tratamentos com máquinas, nomes de marcas com soluções para perder peso e gordura. Alguns até com testemunhas que comprovam a sua eficácia.
É verdade? NÃO. Voltamos ao mesmo. Não há peso a mais nem gordura a mais sem se comer. Todos esses tratamentos, medicamentos, etc., são acompanhados de mudanças de hábitos alimentares, dietas rigorosas e exercício físico. Se fizerem isto tudo sem esses tratamentos o resultado é o mesmo. Não há comprovação científica dos resultados de nenhum destes tratamentos e dietas. Muitos se não todos, são feitos por profissionais que não são Médicos e nada têm a ver com a saúde. Alguns são vendidos por puros “vendedores” que não sabem nada do assunto. E a verdade? Se falarmos com estas pessoas passado um tempo, meses ou anos, ouvimos sempre o mesmo: Estou na mesma ou pior.
Os verdadeiros “inimigos”, mais eficazes e comprovados são Médicos ou de orientação Médica sempre complementados por profissionais nas áreas do exercício físico e nutrição. Deve ir a uma consulta, feita por um Médico Especialista, não por um curioso, para avaliar que gordura está a mais e onde é que ela está.
Se a gordura em excesso está localizada por todo o lado, mas com predomínio dentro da cavidade abdominal (aquelas barrigas duras, grandes que parece que está grávido/a, tipo “pipa”) tanto no homem como na mulher, com maior frequência para o homem nesta localização, o tratamento será médico e não cirúrgico, numa primeira fase. A introdução do Balão Gástrico, por um período de 6 meses pode ser um caminho.
As cirurgias, ou são cirurgias chamadas bariátricas, que se realizam a nível do estômago para reduzir o seu tamanho e a sua capacidade de receber maior quantidade de alimentos. Casos em que a “barriga” está grande e descaída com excesso de pele, estrias ou cicatrizes, a melhor solução será a abdominoplastia.
Se se trata de uma situação em que há gordura em várias partes – abdómen, ancas, coxas, costas, braços, joelhos, pernas – a solução passa por retirar gordura dessas zonas com técnicas de lipoaspiração, em uma ou várias sessões. A técnica por mim preferida e recomendada é a Lipoescultura Infrasónica Nutacional®, realizada sem internamento, com anestesia local e sedação. Estas técnicas cirúrgicas, minimamente invasivas, são mais concretas e objetivas e o que é retirado (gordura, pele), não volta mais.
Há tratamentos médicos ou de orientação médica, sem cirurgia, com base em Ultrassons de uso médico, radiofrequência e outras fontes. Apesar de eficazes, continuam a ter resultados subjetivos, variáveis de pessoa para pessoa, e não definitivos. De qualquer modo, só podem ser feitos por médicos ou sob orientação médica.
É importante que saiba, que mesmo sendo as técnicas médico-cirúrgicas de lipoaspiração, lipoescultura ou outras, para retirar gorduras de forma efetiva e objetiva, as mais eficazes e com resultados duradouros, são métodos com uma resposta, recuperação muito variável de pessoa para pessoa, de técnica para técnica e de quem executa, com mais ou menos experiência e perícia técnica. Quer isto dizer que estas técnicas, como são “fechadas”, minimamente invasivas, têm uma abordagem sem visualização direta. A evolução pós-operatória e o resultado definitivo dependem de vários fatores, mas vale sempre a pena porque na maioria dos casos é muito bom e duradouro. Fatores como a técnica usada, o executante, a quantidade de gordura tirada, as áreas e a quantidade de áreas tratadas, o tipo de pele e o tipo de gordura, os cuidados e o acompanhamento pós-operatórios, a manutenção e continuidade do resultado com o que cada pessoa vai conseguir fazer, muitas vezes mudando estilos e hábitos de vida e alimentares. Mas compensa. Ao longo destes anos e de milhares de casos feitos pude observar pessoas que deixaram de ser obesas, pessoas que alteraram a sua vida por completo com melhoria da autoestima, mais segurança, mais confiança, mais saúde, desde jovens a pessoas mais maduras, tanto mulheres como homens.
Pode, com estes conhecimentos e procurando informação prévia, honesta e correta, em consciência, decidir o que deve fazer, procurando, ouvir a opinião de especialistas e locais experientes, devidamente credenciados e certificados para o efeito.