Os humanos gostam de imaginar o futuro como uma versão alternativa do passado. Queremos acreditar que as gerações seguintes vão viver uma realidade semelhante à nossa e que os iremos conseguir guiar ao longo desse processo.
No entanto o acelerar da inovação tecnológica veio alterar tudo. Atualmente é praticamente impossível imaginar como será o mundo daqui a 50 anos. Os avanços na área da inteligência artificial e automação irão provavelmente transformar por completo a nossa sociedade e, sobretudo, a nossa vida profissional.
Recentemente o portal EF, enunciou algumas das previsões e ideias futuras que mais vão determinar a vida dos seus filhos e netos. Conheça aqui as principais conclusões.
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A vida dos 100 anos
A esperança média de vida das populações tem sido progressivamente aumentada ao longo das últimas décadas. Isto justifica-se em particular devido a uma melhor higiene, nutrição e cuidados de saúde. Todos estes fatores continuaram a ser melhorados ao longo dos próximos tempos.
As previsões apontam para que cerca de metade das crianças que nasceram já na primeira década no sec. XIX, em países desenvolvidos, possam atingir uma esperança média de vida de 100 anos. Tudo aponta para que a Geração Z seja bastante mais saudável que as anteriores. Fumam menos, bebem menos e têm menos comportamentos de risco.
De resto a inovação tecnológica continua a revolucionar os cuidados de saúde e toda uma nova indústria de cuidados personalizados irá ajudar a detetar e tratar problemas de saúde de formas bem mais eficientes.
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O fim da reforma como a conhecemos
As implicações sociais e económicas desta mudança serão tremendas. Todavia o sistema atual simplesmente não será sustentável no longo-prazo. Com o progressivo aumento da esperança média de vida os trabalhadores terão que permanecer ativos durante bastante mais anos antes de poder beneficiar das suas pensões de reforma.
O mercado de trabalho terá que se ajustar a esta nova realidade, assegurando que as carreiras podem ser mais longas, sem sacrificar a entrada de novos recursos humanos nas organizações. Novos modelos sociais terão que emergir para dar resposta a estes desafios.
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Carreiras mais flexíveis
Estas carreiras profissionais mais longas irão provavelmente determinar que a ideia de um “trabalho para a vida” se transformará numa enorme raridade. Os novos trabalhadores terão que estar preparados para a necessidade de reinventar a sua carreira e skills ao longo da sua vida.
Muitos estudos estimam que os jovens adultos de hoje terão em média cerca de 10-15 diferentes empregos ao longo da sua carreira. Muitas destas funções poderão inclusive ser em áreas e indústrias diferentes. A capacidade de adaptação será essencial.
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Um estudante toda a vida
Neste sentido, será determinante que sejamos capazes de continuar a aprender novos skills e compreender novas temáticas ao longo da vida. Não irá ser suficiente fazer uma licenciatura ou um mestrado no começo da nossa vida adulta. Dada a constante mudança, teremos que nos tornar eternos estudantes. Para tal, o ensino online irá desempenhar um papel determinante.
A pandemia acabou por se tornar um acelerador desta tendência. As plataformas de ensino online ganharam uma enorme popularidade e as próprias universidade foram obrigadas a ajustar os seus currículos a esta nova realidade.
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“Tsunami” da automação
Faz todo o sentido que as tarefas mais mundanas e repetitivas possam ser desempenhadas por máquinas inteligentes. A produtividade será certamente maior e, idealmente, o trabalhador poderá ser transferido para uma função mais gratificante ou estimulante. Isto irá gerar um crescimento económico sem precedentes.
O relatório de 2020 do Fórum Económico Mundial estima que em apenas 5 anos cerca “85 milhões de empregos possam desaparecer e ser realizados antes por máquinas”. Milhões de outros empregos irão surgir e os seres humanos terão que ser capazes de trabalhar eficazmente com estas máquinas.
Todas as industrias irão ser impactadas pela automação. Inclusive áreas mais tradicionais como a medicina ou advocacia. Um simples software tecnológico consegue já, por exemplo, identificar mais eficazmente cerca de 50 diferentes doenças oculares do que um profissional de saúde.