A Câmara de Coimbra quer criar um Museu da História da Cidade, iniciativa prevista nas medidas da Estratégia para o Turismo de Coimbra, apresentada hoje no Convento São Francisco, avança a Lusa.
Um Museu da História da Cidade, um cartão único de visitante que agregue a oferta turística da cidade, o reforço da sinalética turística e da rede gratuita de wi-fi, a criação da marca Coimbra e a candidatura de Coimbra a capital europeia do turismo inteligente são algumas das medidas previstas na Estratégia para o Turismo de Coimbra.
Questionado pela agência Lusa, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, referiu que “está tudo ainda em aberto” relativamente à proposta do museu, mas disse que uma das possibilidades poderá passar por ocupar as instalações do município junto à Torre de Almedina.
“Faz todo o sentido naquele espaço, numa estrutura no centro histórico, entre a Alta e a Baixa de Coimbra”, salientou José Manuel Silva, referindo que a sua criação estará dependente do próximo quadro comunitário.
O autarca falava à agência Lusa no final do evento de apresentação da Estratégia para o Turismo de Coimbra, que esteve a cargo da consultora externa da Câmara Municipal para a área do turismo, Ana Moita Francisco.
Segundo o documento que tem um prazo de ação até 2025, Coimbra tem como forças a sua localização geográfica e a diversidade do seu património material e imaterial, assim como o vasto leque de infraestruturas para eventos culturais, de entretenimento e desportivos.
Já como fraquezas, o concelho apresenta uma limitação ao nível da oferta hoteleira de elevada qualidade (tem apenas um hotel de cinco estrelas), falta de atratividade da Baixa, dificuldade de estruturação turística com origem em novos itinerários, fraca valorização dos seus ativos e fraco nível de inovação da experiência turística.
De acordo com Ana Moita Francisco, a estratégia irá centrar-se em dois programas-âncora focados no património e nos eventos, apresentando várias propostas de ações para o futuro, como um maior aproveitamento das potencialidades do rio Mondego, afirmação de produtos turísticos diferenciados, criação de circuitos associados a Santo António, a rainha Santa Isabel e irmã Lúcia, assim como a agregação da oferta turística patrimonial.
A estratégia propõe também a criação de um “programa de embelezamento, revitalização e dinamização do espaço público da Baixa da cidade”, um stand de apoio ao turista presente nos eventos que decorrem na cidade e uma maior auscultação dos agentes locais, entre outras medidas.
Durante o evento no Convento São Francisco, o vice-presidente da Câmara de Coimbra, Francisco Veiga, considerou que o concelho não pode continuar a alimentar o “turismo-relâmpago”, em que autocarros chegam à cidade, “despejam os turistas no largo D. Dinis e, após poucas horas, seguem viagem para outros destinos”.
“Este não é seguramente o caminho que temos de abraçar para promover o desenvolvimento turístico em Coimbra”, defendeu, considerando que o concelho tem de apostar na sustentabilidade e personalização da experiência turística, num trabalho em diálogo com os diferentes agentes envolvidos no setor.