Durante praticamente uma semana o navio “Ever Given” bloqueou o conhecido Canal do Suez. Este é um dos mais importantes elementos da rota de comércio internacional, e subitamente toda a navegação pelo canal teve que ser interrompida.
Felizmente, mais recentemente, as equipas de intervenção no local conseguiram já libertar o navio que se encontrava preso no canal. Todavia as consequências da suspensão temporária do comércio nesta região do globo irão ser sentidas ainda durante alguns tempos.
Para além da perturbação nos mercados bolsistas, os especialistas alertam para a possibilidade de existirem ruturas de stock em alguns produtos essenciais. Eis alguns dos exemplos de bens que poderão ser mais impactados.
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Café
Cerca de 30% de toda a produção mundial café é do tipo Robusta. Este é um tipo de grão com um forte sabor e teor elevado de cafeína, usado por algumas das mais conhecidas marcas de café como a Nescafé.
Segundo relata a Bloomberg, o facto de apenas existirem dois grandes produtores deste grão – Brasil e Costa do Marfim – e de ambos terem sido incapazes de viajar pelo Canal de Suez, irá determinar que a distribuição deste produto poderá ser afetada no continente europeu.
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Papel higiénico
Cerca de 10% de todo o comércio internacional passa pelo Suez. Esta inesperada interrupção poderá afetar a distribuição de papel higiénico, dado que um dos principais produtores mundiais de papel é empresa brasileira Suzano. Alguns deste contentores poderão sofrer um atraso de cerca de um mês na sua entrega.
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Mobília
Esta era uma indústria que estava já sob forte pressão. Desde o início da pandemia e do período de confinamento que muitas pessoas se viram obrigadas a melhorar o seu espaço em caso, adquirindo novas mobílias e secretárias capazes de funcionar como “escritório”. Esta enorme procura não tem sido acompanhada ao mesmo ritmo pela subida da oferta, pelo que têm existido inúmeros atrasos na distribuição. A crise no Suez apenas veio agudizar mais o problema complicando ainda mais a logística associada a esta indústria.
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Petróleo/gasolina
Cerca de 7% de todos os barris de petróleo mundiais passam pelo Suez. Sendo certo que existem inúmeras outras fontes e outros países exportadores no Médio Oriente, a verdade é que esta simples rutura temporária irá ter um impacto no valor do brent.