Pare por uns momentos para pensar no seu “grupo de referência”. Nos seus amigos mais próximos, naqueles com quem convive diariamente. Já alguma vez pensou de que forma este grupo em particular moldou a sua personalidade ao longo dos anos?
De acordo com um estudo realizado por David McClelland, psicólogo social da Universidade de Harvard, as pessoas com quem nos envolvemos regularmente “determinam 95% do nosso sucesso ou fracasso na vida”. Isto está inevitavelmente associado ao facto de consciente (ou inconscientemente), com o tempo muitos de nós começarmos a “adotar” características daqueles que pertencem ao nosso grupo de referência mais próximo: começamos a ler o que estes lêem, a pensar como eles pensam, ver o que eles vêem, etc.
É engraçado o quão semelhantes nos tornamos daqueles que nos são mais próximos e com quem mais convivemos.
Assim, o que a investigação de McClelland concluiu foi que indivíduos que se rodeiem de outras pessoas com mentalidades fortes e focadas no sucesso terão mais chances de também elas se tornarem bem-sucedidas, em particular no que diz respeito à área profissional. Por outro lado, se à nossa volta tivermos apenas pessoas que não nos estimulam e encorajam então teremos mais hipóteses de fracassar.
Neste sentido o médico, empreendedor e orador Sam Hazledine recomenda que devemos escolher “conscientemente” o nosso grupo de referência, e não apenas por fatores de proximidade ou afinidade. É certo que este tipo de abordagem não será a mais comum, mas também não necessita de ser um processo complicado. O importante será que comece por analisar o seu grupo de referência atual e procure distinguir as pessoas tóxicas (que deverá evitar) das pessoas que verdadeiramente acrescentam valor à sua vida.
Para ajudar neste processo Elena Cedillo, psicóloga clínica e cocriadora do projecto People are Not Resources, identifica alguns tipos de pessoas que podem ser mais benéficas para a nossa vida, para o nosso bem-estar e sucesso profissional:
Aproxime-se destas pessoas
- Pessoas motivadas
São comprometidas e ativas. Em geral não se deixam paralisar pelo medo, perseveram e vivem com entusiasmo. Normalmente são um bom exemplo para todos aqueles que sofrem bastante com a ideia de cometerem erros e falharem. As pessoas verdadeiramente motivadas lembram-nos que o erro é algo que faz parte da experiência de crescimento e aprendizagem.
- Pessoas positivas
Estes são aqueles que nos ajudam a perceber o lado bom das coisas, a correr riscos e alcançar soluções positivas para os nossos problemas. São pessoas que gostam de sorrir e que nos fazem acreditar no nosso próprio valor, na nossa capacidade de assumir responsabilidade pelo rumo das nossas vidas.
- Pessoas com mente aberta
Empatizam melhor com os outros e não têm tanto medo de mudar. São livres de preconceitos e estão sempre dispostas a ouvir diferentes opiniões, mesmo que estas não vão ao encontro dos seus próprios pontos de vista. Este tipo de pessoas ajudam-nos a ser mais flexíveis, ensinam-nos a dialogar, a aceitar melhor as criticas e a manter um importante equilíbrio emocional.
- Pessoas inspiradoras
Têm uma atitude de contante perseverança e acreditam em si mesmas e nas suas possibilidades. Assumiram as rédeas das suas vidas, mudaram o que não queriam e mostram grande capacidade de superação. Este tipo de pessoas ajudam-nos a acreditar que nunca devemos desistir, que nunca é tarde para atingir os nossos objetivos e propósitos de vida.
- Pessoas agradecidas
Todos temos tendência para nos concentrarmos mais nas coisas que nos deixam insatisfeitos, do que nas coisas boas que nos vão acontecendo. É parte da natureza humana. Passar mais tempo com pessoas que se sintam verdadeiramente agradecidas, irá ajudar a aumentar o nosso bem-estar emocional. Ficaremos mais centrados no presente e menos concentrados nas eventuais queixas que poderemos ter.
Afaste-se destas pessoas
Existem sempre indivíduos “tóxicos” que podem influenciar o seu bem-estar e desenvolvimento. No entanto, segundo Valeria Sabater (psicóloga social e especialista em neurocriatividade) estas pessoas, ao afetar “o comportamento dos bons trabalhadores” podem também estar a afetar o bom funcionamento de empresas e organizações. No entender dela, estes são os tipos de pessoas que deveremos tentar evitar:
- Pessoas que se queixam
Quem vive num constante queixume tem sempre um problema para cada solução. É difícil não deixar que estes sentimentos negativos nos contagiem, como tal devemos tentar fazer estas pessoas compreender que não ganham nada em pensar de forma tão negativa.
- Pessoas invejosas
Quem nos inveja, não nos ama ou respeita devidamente. Este sentimento de frustração pode causar inúmeras situações incomodas que podem originar a perda de confiança nos nossos relacionamentos.
- Pessoas que criam mexericos
Estes estão sempre mais preocupados com o que os outros fazem, do que com a sua própria responsabilidade. O seu tipo de personalidade é particularmente nefasto para um bom ambiente de trabalho. Criam inúmeros problemas e dificultam a produtividade dos colaboradores.
- Pessoas que se vitimizam
Usam este tipo de estratégia manipuladora para conseguir influenciar os outros e obter benefícios. Ao mostrarem-se “deprimidas”, e arrastando o peso da culpa nas suas costas, estão na realidade a usar uma estratégia agressiva de manipulação.
- Pessoas agressivas
São autoritárias, carecem de empatia e usam a comunicação violenta sempre exclusivamente com o objetivo de ver assegurados os seus direitos e necessidades. Conviver com alguém agressivo, seja na família ou no trabalho, pode causar sérios problemas ao seu bem-estar e saúde mental. O melhor nestes casos é procurar manter o máximo de distância possível destas pessoas de forma a não se sentir gravemente atingido.