A depressão é um transtorno emocional e psicológico que afeta diariamente milhares de pessoas em Portugal e no resto do Mundo. Recentemente um novo estudo publicado na Clinical Psychology procurou identificar exatamente quais as razões e hesitações apresentadas pelas pessoas, que levam a aceleração ou atraso do processo de recuperação.
Os participantes – com 18 ou mais anos – foram convidados a participar num inquérito online que media, através de diversas questões, os seus sintomas, patologias e desejo de recuperação.
Para melhor entender este último ponto o inquérito apresentava um conjunto de razões que poderiam justificar um maior ou menor interesse em melhorar o seu estado de espírito. Era igualmente solicitado que cada participante descrevesse as suas próprias razões favoráveis e contrárias a uma mudança.
Ao analisar as respostas, os investigadores conseguiram identificar um conjunto alargado de motivações que levaram a maior parte dos 232 indivíduos a querer melhorar. Eis as principais.
- Aumentar a produtividade e funcionamento (33%)
- Experienciar emoções positivas, tais como a esperança e felicidade (27%)
- Honrar compromissos familiares (24%)
- Aligeirar interações sociais (22%)
- Auto-melhoramento (21%)
- Experienciar uma maior gratificação (21%)
- Reduzir a intensidade das emoções mais desagradáveis (16%)
- Melhorar a sua relação amorosa (16%)
- Atingir objetivos importantes (15%)
- Saturação e cansaço associados a um constante estado depressivo (11%)
De uma maneira geral, os participantes associaram motivações sociais, emocionais e funcionais a um desejo de melhoria. A maior vontade é regressar a um estado de vivência compatível com uma vida produtiva e social.
Em termos das razões ou receios que, por outro lado, mais podem justificar um desejo de não querer melhorar, estes foram os tópicos mais identificados.
- Experiências negativas associadas a um anterior tratamento para a depressão (24%)
- Rendição total a este estado depressivo (23%)
- Pessimismo associado ao eventual sucesso de qualquer tipo de tratamento (22%)
- A depressão é parte integrante da identidade do indivíduo (19%)
- Diversas dúvidas e preocupações (19%)
- O melhorar exige um esforço demasiado grande (18%)
- Medo da mudança (12%)
Neste caso as pessoas acreditam frequentemente que um regresso a uma vida “normal” é algo quase impossível, altamente improvável. Não acreditam que sejam capazes de recuperar uma vida mais positiva e saudável.
Aqui será essencial um apoio mais forte da família e amigos, que seja capaz de convencer o individuo da sua importância e papel no assegurar do bem-estar daqueles de quem mais gosta.