Depois de muitas pesquisas que envolveram as proteínas amiloides, atualmente a comunidade científica afirma que a doença de Alzheimer é caracterizada pelo acumular e disseminação anormais da proteína tau no cérebro.
Um estudo internacional agora divulgado demonstrou agora que a proteína tau não se espalha da mesma maneira nos cérebros de todos os pacientes: ela espalha-se de acordo com quatro padrões distintos.
Ou seja, há quatro diferentes conjuntos de sintomas e diferentes prognósticos para os pacientes afetados de acordo com cada padrão.
«Isso sugere que a Alzheimer é uma doença ainda mais heterogênea do que se pensava. Agora temos motivos para reavaliar o conceito de Alzheimer típico e, a longo prazo, também os métodos que usamos para avaliar a progressão da doença», defende o professor Jacob Vogel, da Universidade McGill, no Canadá.
Nos últimos 30 anos, investigadores descreveram o desenvolvimento da patologia tau na doença de Alzheimer usando um único modelo, apesar de casos recorrentes que não se enquadravam nele. No entanto, estes novos resultados explicam por que pacientes diferentes podem desenvolver sintomas diferentes.
Caracterizações da doença de Alzheimer segundo a disseminação da proteína tau no cérebro:
Variante um: A proteína tau espalha-se principalmente dentro do lobo temporal e afeta principalmente a memória. A variante um ocorreu em 33% de todos os casos.
Variante dois: Espalha-se pelo resto do córtex cerebral. O indivíduo tem menos problemas de memória do que na primeira variante, mas, por outro lado, tem maiores dificuldades com as funções executivas, ou seja, a capacidade de planear e executar uma ação. A variante dois ocorreu em 18% de todos os casos.
Variante três: O acumular de tau ocorre no córtex visual, ou seja, na parte do cérebro onde as informações do nervo ótico são processadas e classificadas. O processamento visoespacial de impressões sensoriais no cérebro é afetado nos indivíduos com este padrão. Eles têm dificuldade em se orientar, distinguir formas e contornos, distância, movimento e a localizar objetos em relação a outros. A variante três ocorreu em 30% de todos os casos.
Variante quatro: A proteína tau espalha-se de forma assimétrica no hemisfério esquerdo e afeta principalmente a linguagem do indivíduo. A variante quatro ocorreu em 19% de todos os casos.
Os investigadores acreditam que este novo conhecimento pode fornecer aos pacientes métodos de tratamento mais individualizados num futuro próximo.