A iniciativa que arrancou em 2020, terminou e chegou a quase todas as pessoas em situação de sem-abrigo. Existem 647 pessoas em situação de sem-abrigo no concelho do Porto e, dessas, 619 receberam apoio da Mundo a Sorrir na área da saúde oral (dados apurados pelo Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo em 2022). Entre pessoas em situação de sem abrigo e técnicos das instituições abrangidas pela iniciativa, o projeto beneficiou na totalidade 780 pessoas e realizou 171 reabilitações orais com prótese dentária, 590 rastreios orais e 93 ações de sensibilização e capacitação sobre saúde oral.
Através destes cuidados, foi possível a prevenção de doenças orais de pessoas em situação de sem-abrigo recorrendo a rastreios na rua e instituições parceiras, apostando na sensibilização para os fatores de risco associados às doenças da cavidade oral. “Infelizmente para este público-alvo, a saúde oral não é entendida como uma prioridade, existindo apenas uma intervenção em casos de dor extrema que, por vezes, é tratada em meio hospitalar”, informou Mariana Dolores, Presidente da Mundo A Sorrir.
Alexandrina Neves de 58 anos, ex-sem-abrigo, conseguiu dar um novo rumo à sua vida. Atualmente, olha para o futuro com vontade de vencer na vida. Tem casa, trabalho e encontrou na Mundo a Sorrir a oportunidade de melhorar o seu estado de saúde oral e de voltar a sorrir sem ter vergonha. “Hoje sinto-me outra pessoa, agora sorrio para toda a gente” refere Alexandrina.
“Este projeto apoia a população em situação de exclusão, ao nível de ações de capacitação, rastreios orais e próteses dentárias, que se tem revelado fundamental para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e em muito em contribuído para a sua inserção e dignificação. E para transformar vidas”, declarou Fernando Paulo, Vereador da Educação e da Coesão Social da Câmara do Porto e Coordenador do NPISA Porto.
O “Prevenir, Capacitar e Incluir – Porto” foi cofinanciado pelo PO ISE, Portugal 2020 e o Fundo Social Europeu da União Europeia, no âmbito da Tipologia de Operação “Programa de Parcerias para o Impacto” (T.0 3.33) do organismo intermédio Portugal Inovação Social, e teve como investidor social a Câmara Municipal do Porto.