Um ataque cardíaco é seis vezes mais provável de acontecer na semana após uma pessoa ser diagnosticada com gripe do que no ano anterior ou posterior, indica estudo do University Medical Center Utrecht, na Holanda, e apresentado no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infeciosas.
Os investigadores usaram resultados de testes de 16 laboratórios, cobrindo cerca de 40% da população holandesa, juntamente com registos de óbitos e hospitais. Mais de 26 mil casos de influenza foram confirmados pelos laboratórios entre 2008 e 2019.
Os autores descobriram que 01 indivíduos tiveram pelo menos um ataque cardíaco no ano após o diagnóstico de gripe, com um total de 419 ataques cardíacos.
Dos 419 casos, 25 ocorreram nos primeiros sete dias após o diagnóstico da gripe; 217 no ano anterior ao diagnóstico; e 177 no ano após o diagnóstico da gripe, mas não incluindo os primeiros sete dias. Cerca de um terço dos 401 pacientes morreram de qualquer causa dentro de um ano após o diagnóstico de gripe.
Os investigadores calcularam que os indivíduos estudados tinham 6,16 vezes mais hipóteses de sofrer um ataque cardíaco na semana seguinte ao diagnóstico de gripe do que no ano anterior ou posterior.
Os autores explicam que o vírus influenza é conhecido por aumentar a coagulação do sangue. Isso, juntamente com a inflamação que faz parte da resposta imune do corpo contra o vírus, pode enfraquecer as placas de gordura que se acumularam nas artérias, disseram os autores.
Se uma placa se romper, um coágulo sanguíneo pode formar-se, bloqueando o fornecimento de sangueao coração e causando um ataque cardíaco.
Fonte: European Congress of Clinical Microbiology & Infectious Diseases (ECCMID) 2023.