A dedicação destes técnicos é essencial para a melhoria da qualidade de vida de toda a comunidade afetada por esta condição neurodegenerativa, que prejudica as funções motoras, incluindo a fala e a deglutição.
No apoio prestado aos doentes com ELA, os terapeutas da fala concentram-se em áreas fundamentais como a deglutição, a fala e a comunicação. Na deglutição, ajudam a identificar e minimizar os riscos de aspiração através de estratégias e adaptações na dieta. No que diz respeito à fala, desenvolvem exercícios e estratégias para torná-la mais clara e compreensível. À medida que a progressão da ELA dificulta a comunicação oral, os terapeutas da fala auxiliam na utilização de dispositivos de Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA), de tecnologia simples ou mais avançada, desde computadores com software de síntese de voz até mesmo tabelas alfanuméricas.
Margarida Oliveira, terapeuta da fala da APELA, afirma que “a terapia da fala evoluiu ao longo do tempo para atender às necessidades específicas das pessoas que enfrentam a ELA. Nomeadamente, a integração de tecnologias como os Sistemas de Comunicação Alternativa e Aumentativa (SAAC’s), a intervenção precoce, a capacitação de cuidadores e a abordagem multidisciplinar, bem como o desenvolvimento contínuo.”
Além da terapia da fala no consultório, o apoio das famílias e cuidadores é crucial para um auxílio eficaz às pessoas que enfrentam a doença. É fundamental que os familiares e cuidadores compreendam a patologia e os seus impactos na comunicação e deglutição. Isso implica adquirir conhecimento sobre as estratégias de comunicação e as intervenções recomendadas pelos terapeutas da fala.
“A participação nas sessões de Terapia da Fala é uma estratégia adicional. Esta envolvência permite que as famílias e cuidadores aprendam as técnicas e estratégias ensinadas durante a terapia, facilitando a comunicação fora das sessões”, explica a terapeuta da fala.
É importante salientar que cada pessoa com ELA é única, e as suas necessidades de comunicação e apoio podem variar. O essencial é que as famílias e/ou cuidadores demonstrem compreensão, empatia e estejam dispostos a adaptar-se às necessidades individuais da pessoa com ELA à medida que a doença progride ao longo do tempo.