“Não há pássaros aqui”, de Victor Vidal, vencedor do Prémio Leya, chega em abril às livrarias, no mesmo mês em que a Dom Quixote publica “Filhos da fábula”, novo romance de Fernando Aramburu, em que o autor espanhol de “Pátria” volta à temática da ETA e o fim da luta armada, avança a Lusa.
Pela mesma altura, a Dom Quixote lança também em Portugal uma escritora canadiana, Sarah Bernstein, com o seu “Estudo para a obediência”, romance finalista do Prémio Booker 2023, bem como a correspondência inédita de John le Carré, sob o título “Um espião em privado – As cartas de John le Carré 1945-2020”.
Antes disso, chega o novo romance de Zadie Smith, “A fraude”, baseado em factos históricos, um romance da espanhola Pilar Adón, autora inédita em Portugal, que arrecadou vários prémios literários, intitulado “De bestas e aves”, o livro brasileiro vencedor do National Book Award e finalista do prémio Jabuti, “A palavra que resta”, de Stênio Gardel, e o livro de memórias de Manuel Alegre, “Memórias minhas”.
No dia 6 de março, a Dom Quixote publica, em lançamento mundial, “Vemo-nos em agosto”, romance póstumo de Gabriel Garcia Marquez, e ainda no mesmo mês publica “O arco-íris”, de Yasunari Kawabata, romance ainda inédito em Portugal, do escritor japonês Prémio Nobel da Literatura, assim como um outro livro finalista do Prémio Booker 2023, intitulado “A filha única”, da escritora mexicana Guadalupe Nettel.
Outras novidades deste grupo editorial são os romances “Os rostos”, sobre uma mulher no limite da loucura, de Tove Ditlevsen, autora de “Trilogia de Copenhaga”, e “Desertar”, de Mathias Énard, escritor francês vencedor do Prémio Goncourt, que aqui reflete sobre o que a guerra faz aos aspetos mais íntimos da vida.
A Porto Editora estreia também duas autoras em Portugal, uma sul-coreana, contemporânea, de quem publica “Kim Jiyoung, Born in 1982”, e uma escritora inglesa do século XVIII, que assinou sob o pseudónimo Sophia uma pessoa de interesse, de quem vai editar “A mulher não é inferior ao homem”, uma obra sobre a igualdade de género, escrita em 1739.
O primeiro romance centra-se na vida exemplar de Kim Jiyoung, que ainda assim não deixa de ser alvo de críticas, acusações ou desprezo, retratando a realidade de uma jovem sul-coreana e os profundos impactos da desigualdade de género na vida das mulheres.
O segundo é considerado uma das “primeiras obras protofeministas e é um manifesto que apela à mudança, instando os leitores a questionarem e a confrontarem as estruturas que perpetuavam a desigualdade”.
A Porto Editora lança também “Mercury Pictures Presents”, de Anthony Mara, a história de uma mulher que teve de se reinventar para sobreviver, mudando-se da Itália de Mussolini para o ‘glamour’ da Los Angeles dos anos 1940, e reedita o primeiro título publicado na coleção Dois Mundos, “O Livro de San Michele”, de Axel Munthe, na Livros do Brasil, quando a chancela cumpre 80 anos de existência.
A “biografia literária” de Alexandre O’Neill, de Maria Antónia Oliveira, foi revista e aumentada, para a celebração do centenário do autor, e vai ser publicada na Assírio e Alvim.
A Edições 70 tem novas coleções, dedicadas à Liberdade e à Igualdade, e vai publicar clássicos de Maquiavel e Nietzsche, ao passo que a chancela literária do grupo Almedina, a Minotauro, lança as histórias de dois casais talentosos que fizeram história nas artes plásticas e na música pop: “Frida Kahlo & Diego Rivera” e “John Lennon e Yoko Ono”, ambos de Francesca Ferretti de Blonay.
“Brancura luminosa” é o novo romance do norueguês Jon Fosse, Prémio Nobel da Literatura, e o primeiro desde a conclusão da sua “Septologia”, que chega pela Cavalo de Ferro, enquanto a Elsinore vai publicar um novo romance da chilena Alia Trabucco Zerán, autora de “Limpa”, desta vez uma ‘road trip’ sul-americana de três jovens, a braços com a pesada herança política do Chile, intitulada “A Subtração”.
A Alfaguara estreia em Portugal aquela que o grupo Penguin Random House afirma ser “uma das mais eminentes escritoras de língua inglesa da atualidade”, Jamaica Kincaid, com o romance “Annie John” que conta “uma história sublime e universal sobre desenraizamento, identidade e laços de família”.
Entre os destaques da editora Relógio d’Água, conta-se “Maniac”, de Benjamín Labatut, autor de “Um terrível verdor”, em que o autor chileno volta a refletir sobre o que acontece quando as maiores mentes humanas se confrontam com as maiores questões do universo, desta vez centrado no matemático John von Neumann.
Outras novidades são a publicação de mais um livro da irlandesa Claire Keegan (“A uma hora tão tardia”), de quem já foi publicado “Acolher” e “Pequenas coisas como estas”, um romance epistolar da italiana Natalia Ginzburg, “Caro Michele”, e o terceiro volume da trilogia “Lembrança da Terra do Passado”, de Liu Cixin, “O fim da morte”.
A editora destaca ainda a publicação do mais recente livro de contos da escritora Lydia Davis, “Os nossos estranhos” (lançado este ano nos Estados Unidos), um romance original de 2018 da escritora chinesa Can Xue, várias vezes apontada como favorita ao Nobel, intitulado “Fronteira”, e o novo do autor irlandês Sebastian Barry, “Para lá da memória”.
A Editorial Presença inicia o ano com o lançamento inédito em Portugal de um clássico italiano de 1961 sobre a máfia, da autoria de Leonardo Sciascia, “O Dia da Coruja”, e com a publicação da prequela de “Um homem em declínio”, do escritor japonês Osamu Dazai, intitulada “As flores do riso”.
Outras novidades são duas autoras inéditas em Portugal, de quem a editora vai publicar obras premiadas: “E Três Maçãs Caíram do Céu”, da escritora russa de origem arménia Nariné Abgarian (traduzido por Nina e Filipe Guerra), e “Notes on an Execution”, da norte-americana Danya Kukafka.
A Guerra e Paz dedica parte das suas publicações de 2024 à comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, como é o caso de “Antes do 25 do Abril: Era Proibido”, uma versão atualizada do livro de António Costa Santos, “50 Anos de Abril no Algarve”, de Ramiro Santos, e um livro organizado por Manuel S. Fonseca e ilustrado por Nuno Saraiva, cujo título, ainda provisório, é “25 de Abril, no Princípio Era o Verbo”.
Outra aposta da editora é um livro entrevista a Pedro Abrunhosa, feito por José Jorge Letria, intitulado “Gostava muito de escrever sobre o silêncio”.
Na coleção Os livros não se rendem, dedicada a ensaios, sairão a “História do fascismo”, de Emilio Gentile, e “Inglaterra, uma elegia”, de Roger Scruton.
A Tinta-da-China vai publicar logo em janeiro uma nova edição de “História da Bela Fria”, da escritora Teresa Veiga, que inclui um conto inédito.