De acordo com a edição europeia ‘online’ do jornal inglês The Guardian, foram suspensos dois títulos, atribuídos a Bobi em fevereiro de 2023: o de cão vivo mais velho do mundo e o de cão mais velho de todos os tempos, avança a Lusa
Segundo a publicação, uma porta-voz do Guiness World Records confirmou hoje que os dois títulos de Bobi foram retirados, enquanto se aguarda o resultado da investigação em curso.
“Enquanto a nossa revisão estiver em andamento, decidimos pausar temporariamente ambos os títulos de recordes de cães mais velhos vivos e apenas até que as nossas descobertas estejam em vigor”, declarou a fonte do Guiness.
O Guardian lembrou que aquando da morte do rafeiro alentejano, aos 31 anos e cinco meses, em outubro do ano passado, as “homenagens foram rapidamente seguidas de escrutínio e suspeitas sobre a sua idade recorde”, equivalente a mais de 200 anos nos humanos.
Ao jornal, o veterinário Danny Chambres, membro do Royal College of Veterinary Surgeons, instituição do Reino Unido que regula a atividade de cirurgiões veterinários e representa 18 mil profissionais, afirmou que nenhum dos seus colegas veterinários acredita que Bobi tivesse realmente 31 anos quando morreu.
Ainda segundo o jornal inglês, alguns observadores notaram que as imagens de Bobi em 1999, sete anos após a data indicada como a do seu nascimento (1992), “mostravam que ele tinha patas de cores diferentes das do cão que morreu em Portugal a 21 de outubro de 2023”.
Por outro lado, veterinários sublinharam que embora a idade do cão estivesse registada na base de dados portuguesa de animais de estimação “tais entradas eram geralmente baseadas na autocertificação dos proprietários”.
“E depois houve o teste genético, que confirmou que ele era velho, mas não forneceu uma idade precisa”, refere o Guardian, que cita ainda uma investigação jornalística “totalmente séria” sobre o caso, realizada pela revista de tecnologia norte-americana Wired.