Albert Einstein foi muito mais do que cientista: foi pacifista, ativista político, antirracista ativo, além de uma das figuras mais icónicas da história da humanidade. Mas há mais! Certamente não sabia que era um excelente conselheiro, tendo dado vários conselhos de vida a muitos dos seus amigos, conhecidos e contemporâneos.
Retiradas do livro “The Einstein Effect,” de Benyamin Cohen, as regras de Albert Einstein para uma vida melhor vão muito além da física.
A primeira regra está de algum forma relacionada com a…roupa
Einstein era um pouco desleixado no que ao aspeto físico dizia respeito, mas essa particularidade não o incomodava. Pelo contrário, está relacionada com eficiência. Se tem muitas decisões para tomar diariamente, ou trabalho que exija esforço intelectual, reduzir a sua carga mental de uma forma geral é muito importante se quiser evitar a “fadiga da decisão“, ou seja, a capacidade de tomar boas decisões degrada-se à medida que ficamos mais cansados por se ter de fazer muitas escolhas. Optar por não se esforçar nas coisas mais supérfluas em relação ao que é realmente importante é uma forma de se tornar mentalmente mais eficiente. A falta de esforço de Einstein com a sua apresentação pessoal tinha uma mais-valia, fazendo com que a sua mente estivesse livre para se concentrar no que era verdadeiramente importante .
Faça o que adora, mesmo que não seja muito bom a fazê-lo
Einstein adorava velejar, mas não era muito bom, pois perdia frequentemente o rumo, encalhava o barco ou fazia cair o mastro. Mas, a serenidade que sentia quando navegava era inigualável, algo que lhe dava uma liberdade mental que todos devem procurar.
Tenha um puzzle mindset
Os problemas que enfrentamos na vida – sejam eles financeiros, ambientais, políticos ou de saúde – podem ser uma verdadeira dor de cabeça, mas um puzzle mindset pode torná-los mais leves. Einstein era o protótipo de alguém que encarava cada dificuldade que enfrentava como um puzzle a resolver, na física e não só. Com uma visão do mundo flexível em vez de rígida, desafiava facilmente pressupostos que outros não conseguiam ultrapassar, permitindo-lhe conceber ideias que outros rejeitariam à partida.
Pense profundamente sobre coisas que o fascinam
Em 1946 Einstein recebeu uma carta onde o remetente o questionava sobre o que deveria fazer com a sua vida. A resposta foi tão astuta quanto compassiva. «O principal é o seguinte. Se te deparares com uma questão que te interessa profundamente, mantém-te fiel a ela durante anos e nunca tentes contentar-te com a solução de problemas superficiais que prometem um sucesso relativamente fácil», escreveu ele na resposta. Caso não consiga chegar à solução que tem estado a perseguir, não desespere. Como Einstein escreveu «não deves ficar deprimido com a enormidade do problema», referindo que «se Deus criou o mundo, a sua principal preocupação não foi certamente facilitar-nos a compreensão do mesmo».
Não permita que a política o encha de raiva ou desespero
Em correspondência trocada com a prima Lina, Einstein referiu que, «no que respeita à política, é certo, ainda me irrito devidamente, mas já não bato as asas, apenas agito as penas». Por vezes, é importante intervir e dar tudo por tudo: aquilo a que Einstein se refere como “bater as asas”. No entanto, noutras, a melhor resposta é sentarmo-nos, observar, pensar e esperar pelo momento oportuno e estratégico para agir mais tarde.
A obediência cega à autoridade é o maior inimigo da verdade
Quando se ouve algo que temos certeza que é absurdo, decidimos imediata e veementemente opor-nos. Quando abandonamos as nossas faculdades de pensamento crítico é porque temos a certeza de
Alguns cientistas, incluindo o Prémio Nobel Johannes Stark, formaram uma sociedade anti-relatividade que tinha como finalidade desacreditar Einstein e a sua teoria. Alimentados pelo nacionalismo e pelo anti-semitismo, adotaram uma linha de ataque alegando que a teoria era errada e perigosa, tendo inclusive afirmado que Einstein roubou a ideia dos “reais” (não-judeus) cientistas. Foi essa ação que acabou por levar o físico a fugir da Alemanha para os Estados Unidos. Mais tarde, Einstein acabou por concluir que «a obediência cega à autoridade é o maior inimigo da verdade».
A ciência, a verdade e a educação são para todos, e não apenas para alguns privilegiados
Einstein foi muito crítico do Governo norte-americano, mesmo depois de emigrar na década de 1930 e conseguir a cidadania dez anos depois. Considerava a escravatura, a segregação e o racismo fundamentalmente desumanos, por serem completamente infundados.
Em 1937, o físico convidou a estrela da ópera negra Marion Anderson para ficar em sua casa quando lhe foi recusada estadia num hotel de Princeton. Em 1946, tomou a atitude revolucionária de visitar a Universidade Lincoln – a primeira faculdade para negros a conceder um diploma nos Estados Unidos – , onde deu palestras, conversou com estudantes e respondeu a perguntas.
Mo discurso que fez em frente ao corpo discente, disse que «a minha viagem a esta instituição foi por uma causa que vale a pena. Há uma separação entre pessoas de cor e pessoas brancas nos Estados Unidos. Essa separação não é uma doença das pessoas de cor. É uma doença dos brancos.”