As descobertas, publicadas na revista científica Gut, acrescentam mais evidências à ideia de que a saúde do cérebro e do intestino estão intimamente ligadas. Pessoas com Parkinson não têm dopamina química suficiente no cérebro porque algumas das células nervosas que a produzem estão danificadas. Isso causa sintomas que incluem tremores, movimentos lentos e arrastados e rigidez muscular. Embora atualmente não haja cura, existem tratamentos disponíveis para ajudar a reduzir os principais sintomas e manter a qualidade de vida pelo maior tempo possível.
Detetar a doença ainda mais cedo — antes que os sintomas neurológicos apareçam e haja danos substanciais nas células cerebrais — pode fazer uma grande diferença.
Para o estudo, os investigadores analisaram 24.624 pessoas com Parkinson, comparando-os com:
- 19.046 pessoas com Alzheimer
- 23.942 pessoas com sangramento cerebral ou coágulos (doença cerebrovascular)
- 24.624 pessoas com cérebros saudáveis
O que eles queriam descobrir era:
Os doentes com Parkinson tiveram problemas intestinais recente nos seis anos anteriores ao diagnóstico do distúrbio cerebral?
As pessoas com problemas intestinais tinham maior possibilidade de desenvolver Parkinson?
A resposta obtida para ambas as perguntas foi “sim”, com base em dados de cinco anos.
Especificamente, quatro condições intestinais — prisão de ventreo (dificuldade em regular a progressão das fezes ou a incapacidade total em evacuar), dificuldade em engolir, gastroparesia (uma condição que retarda o movimento dos alimentos para o intestino delgado) e intestino irritável — foram associadas a um maior risco de Parkinson.
A remoção do apêndice, no entanto, parecia ser protetora, algo que outros cientistas já reconheceram antes. Nem todas as pessoas com problemas gastrointestinais desenvolverão Parkinson, enfatizam os investigadores, mas parece haver algum tipo de ligação entre a saúde intestinal e a saúde cerebral.