Mesmo depois de uma boa refeição, algumas pessoas vão procurar um lanchinho. Uma pesquisa da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, conduzida por um psicólogo e um neurologista sugere que essa fome pode ser resultado dos “neurónios famintos”.
O estudo foi divulgado na revista científica Nature Communications no início deste mês e foi conduzida pelo psicólogo Fernando Reis e pelo neurologista Avishek Adhikari.
«Essa região que estudamos é chamada de substância cinzenta periaquedutal (PAG) e fica no tronco cerebral, que é muito antigo na história evolutiva e, por isso, é funcionalmente semelhante entre humanos e camundongos. Embora as nossas descobertas tenham sido uma surpresa, faz sentido que a procura de comida esteja enraizada numa parte tão antiga do cérebro, uma vez que é algo que todos os animais precisam de fazer», explica Adhikari.
Os investigadores iniciaram a investigação avaliando como o cérebro era afetado pela ansiedade. Ao longo do estudo, porém, perceberam que os neurónios se relacionaram com transtornos alimentares nos animais por se associarem com o prazer e com a procura ativa por alimentação.