O Projeto Green Hospitals, um Projeto de Cooperação Transfronteiriça entre Espanha e Portugal, foi apresentado no passado dia 20, na ULS de Coimbra, sob o tema “Melhoria da Eficiência Energética em Hospitais Transfronteiriços”. Esta iniciativa assenta numa abordagem multidimensional que pretende contribuir para a redução da pegada ecológica dos hospitais e também para o aumento da sustentabilidade dos sistemas de saúde ibéricos.
Desenvolvido no âmbito do POCTEP 2021-2027 (Programa de Cooperação Transfronteiriça entre Espanha e Portugal), o projeto Green Hospitals está alinhado com as políticas ambientais e de sustentabilidade e visa aumentar os níveis de eficiência energética e reduzir os consumos de energia primária e consequente emissão de gases de efeito estufa do setor da Saúde ibérico.
Na sessão de abertura Alexandre Lourenço, Presidente do Conselho de Administração da ULS Coimbra, e Xavier Barreto, Presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), reforçaram que Portugal e Espanha continuam a ser países onde a emissão dos gases de efeito estufa está acima da média europeia, no âmbito do setor da saúde.
Por este motivo, Xavier Barreto sublinhou a importância da criação de uma rede de hospitais que promovam o diagnóstico, a partilha e a implementação de melhores soluções para a eficiência energética. “É absolutamente fundamental que os hospitais no futuro sejam mais eficientes em termos energéticos e que, de alguma forma, reduzam o seu impacto no ambiente. É sabido que a indústria da saúde é uma das que tem maior impacto no ambiente e que mais contribui para o aquecimento global e alterações climáticas”, explicou o presidente da APAH.
“Este projeto vai ajudar-nos a direcionar melhor e a priorizar o desenvolvimento de atividades que vão permitir reduzir a nossa pegada carbónica, a fim de sermos uma organização mais sustentável do ponto de vista ambiental”, referiu Alexandre Lourenço, Presidente do Conselho de Administração da ULS Coimbra.
Luís Campos, Presidente do Conselho Português para a Saúde e Ambiente, destacou a necessidade de existir uma voz comum às organizações, no que diz respeito à ligação entre a saúde e o ambiente. “O Conselho Português para a Saúde e Ambiente defende que o setor da saúde deve começar a pensar em reduzir a sua pegada ecológica. Todos sabemos que as alterações climáticas e a degradação ambiental estão a evoluir da forma mais pessimista e isso tem impacto na saúde das pessoas. Neste momento, 1 em cada 4 pessoas morre devido a fatores ambientais”, alertou.
Para o desenvolvimento do projeto foi constituído um consórcio que envolve cinco entidades portuguesas, designadamente a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), a ULS de Coimbra, a ULS de Trás-os-Montes e Alto Douro, a ULS do Algarve, a Rede Nacional de Agências de Energia (RNAE) e duas entidades espanholas, entre as quais o Servicio Gallego de Salud (SERGAS) e a Agência de Energia do Governo Regional da Comunidade Autónoma de Castilla y León (EREN).
Numa primeira fase do projeto, cada uma das entidades envolvidas fará o seu diagnóstico individual de forma a permitir um apuramento das condições atuais de todos os envolvidos. Numa segunda fase, está prevista a implementação em hospitais ibéricos de medidas e tecnologias inovadoras que permitam alcançar níveis elevados de eficiência energética e contribuir assim para a diminuição do uso de energia e consequente emissão de gases de efeito de estufa do setor da saúde ibérico.