Recebido com fortes aplausos da plateia, Luís Campos agradeceu ao “Prof José Delgado Alves e a todos os signatários da proposta da minha pessoa para receber este prémio e à direção da Socidade Portuguesa de Medicina Interna por me ter escolhido”. Luís Campos dedicou depois o prémio à sua família e às “equipes fantásticas com quem trabalhou, citando a canção de de Richard Rodgers,“You Will Never Walk Alone”. Referiu então e chamou ao palco a equipa do Serviço de Medicina do Hospital São Francisco de Xavier, que dirigiu durante 16 anos, a do Serviço de Urgência do mesmo hospital, do qual foi diretor durante três anos, a da direção da SPMI, da qual foi presidente e a do secretariado do Núcleo de Doenças Autoimunes da SPMI, que coordenou ao longo de oito anos.
Como mensagem final, o também Honorary Fellow do American College of Physicians e Fellow da European Federation of Internal Medicine deixou uma nota de esperança para a sua especialidade de eleição. “Todos sabemos a crise que a Medicina Interna atravessa e espero que tenhamos capacidade de a ultrapassar. Isso começa por reconhecer que temos a mesma matriz genética, mas diversos fenótipos de ser internista. Tenho a profunda convicção que a incerteza do futuro, o tipo de doentes que temos de cuidar, a hiperespecialização crescente e as principais inovações organizacionais na área hospitalar necessitam do nosso modelo de Medicina Interna”.
O especialista em Medicina Interna, pós-graduado em Direção de Serviços de Urgência pelo INDEG Business School, com Mestrado em Gestão da Qualidade dos Serviços de Saúde pela Universidade de Múrcia e competências em Emergência Médica e em Gestão, pela Ordem dos Médicos, aceitou o desafio de integrar várias comissões hospitalares ao longo da sua carreira.
Simultaneamente, foi coordenador para os cuidados hospitalares do Grupo de Apoio à Implementação de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde, em 2021 e 2022, membro do Conselho Nacional para a Formação Profissional Contínua da Ordem dos Médicos, de 2019 a 2022, membro da Comissão Nacional dos Centros de Referência. de 2006 a 2022, Professor Auxiliar Convidado da Nova Medical School, de 2013 a 2021.
Foi também membro do Conselho Médico da José de Mello Saúde, de 2015 a 2016, presidente da Comissão Nacional de Qualidade, de 2009 a 2016, membro da Comissão de Acompanhamento da Reforma Hospitalar, de 2013 a 2015, membro da plataforma Gulbenkian Health for the Future, de 2013 a 2014.
O internista integrou o grupo de trabalho que elaborou o relatório de Portugal para o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre Geographic Variations in Healthcare, em 2014, a docência enquanto professor convidado da Escola Nacional de Saúde Pública, de 2011 a 2014, a Comissão Científica para as Boas Práticas Clínicas, de 2011 a 2014, a coordenação nacional do Registo de Saúde Eletrónico, em 2011.
Assumiu ainda a responsabilidade de ser consultor do Infarmed para a introdução de novos medicamentos, de 2007 a 2011, assim como a participação na equipa da José de Mello Saúde que coordenou as propostas de desenho e modelo de governação clínica para os concursos de construção de quatro novos hospitais em regime de PPP, de 2003 a 2009, dois dos quais estão construídos em Braga e Vila Franca de Xira.
É de salientar o seu percurso como consultor do Governo de Macau, na área da Saúde, na preparação da transição para China, de 1997 a 1999, coordenador da Comissão de Reestruturação das Urgências nos Açores, em 1998, adjunto da Direção Clínica do Hospital S. Francisco Xavier, de 1994 a 1996.
Luís Campos apresenta um currículo já com múltiplos cargos na organização de reuniões científicas, entre os quais presidente do 18.º CNMI, em 2019, presidente do 21.º CNMI, em 2015, presidente do 2.º Fórum Internacional sobre o Doente Crónico, em 2010, presidente do 1.º Congresso Nacional de Autoimunidade, em 2009, vice-presidente do 6th International Congress on Autoimmunity, em 2008 e presidente do 1.º Fórum Internacional sobre o Doente Crónico, em 2006.
Foi bolseiro do British Council no Hammersmith Hospital, em Londres, em 1986. Entre 1984 e 1986 foi responsável pela supervisão das equipas móveis de Emergência do Serviço “115”, da PSP de Lisboa, Porto, Coimbra e Setúbal, de 1984 a 1986, assim como responsável pelo Serviço de Medicina do Hospital de Lagos, de 1981 a 1982.
É membro do Conselho Científico de várias revistas científicas nacionais, tendo realizado mais de 500 conferências, foi autor ou coautor de cerca de 340 comunicações, dezenas de publicações, 16 capítulos de livros e foi coeditor de dois livros.