Frutas, vegetais e sementes (como por exemplo linhaça), que são ricos em fibras (mas não só) promovem o correto trânsito intestinal. São considerados prébióticos, porque alimentam a flora microbiana do intestino.
Por sua vez, estes microorganismos produzem substâncias essenciais para o funcionamento do corpo. Regra geral, alimentos com riqueza nutritiva, orgânicos, não
derivados do leite, sem glúten, sem açúcar refinado, não processados e sem substâncias como conservantes, corantes e adoçantes artificias são benéficos de forma direta ou indireta para o intestino.
Todos os seres humanos, independentemente da idade, necessitam de proteína, hidratos de carbono, gorduras, vitaminas, oligoelementos. Uma criança, desde que nasce até aos 6 meses de idade, deve estar em aleitamento materno exclusivo.
A diversificação alimentar do ser humano deve iniciar-se aos 6 meses (pode iniciar-se aos 4 meses) e deve concluir-se por volta dos 12 meses, idade em que a criança estará integrada no regime familiar. Fora este intervalo de tempo, em que a introdução de alimentos é gradual, o tipo de alimentos que devemos consumir, como espécie, não varia de forma significativa (pode variar individualmente, na presença de alguma doença ou intolerância, por exemplo). O que mais varia é a quantidade de cada tipo de alimento, consoante a idade da pessoa e as suas necessidades individuais.
Deve ter-se em conta que, com o progredir da idade, o ácido do estômago e a quantidade de enzimas digestivas vão diminuindo. Assim sendo, um idoso terá menos capacidade de absorção de nutrientes, como, por exemplo, vitamina B12, essencial na função cerebral e cognitiva. Assim sendo, a quantidade de alimentos com vitamina B12 na dieta de um idoso deve ser superior ao de um adulto jovem, o que não significa que a alimentação de um adulto jovem não deva também ser rica neste nutriente.
A dieta deve ser adequada e personalizada para cada pessoa. Existem alimentos, ditos “universais”, que, regra geral, ajudam a regular o funcionamento intestinal, como a fruta e vegetais (de preferência os mais orgânicos possíveis e livres de pesticidas) e sementes, como por exemplo linhaça e chia. Existem, hoje em dia, análises (A200 – Estudo de Intolerância Alimentar) que permitem identificar os alimentos que prejudicam o funcionamento do organismo de cada um de nós, a nível individual. Assim sendo, podem existir alimentos universalmente saudáveis que não são adequados a uma determinada pessoa. Revela-se então a importância de personalizar a dieta às necessidades de cada indivíduo.
A importância do intestino vai muito para além da eliminação de fezes e toxinas. O intestino é conhecido por ser o “segundo cérebro”, apresentando milhões de neurónios. É responsável pela produção de cerca de 90% de um neurotransmissor com o nome serotonina. A serotonina está relacionada com a felicidade e bem-estar, contribui para o bom funcionamento do Sistema Nervoso Central e Sistema Digestivo e para um sono reparador. Para além disto, o intestino regula a imunidade, estimando-se que cerca de 80% das células do nosso sistema imunitário estejam no intestino. É ainda morada de
inúmeras bactérias que estabelecem uma relação de sinergia com o corpo humano, produzindo substâncias indispensáveis ao bom funcionamento do organismo. Veja-se, então, a importância da nossa alimentação e do bom funcionamento intestinal para o dia-a-dia.
Todos alimentos que contêm açúcar refinado, lacticínios e glúten são responsáveis pela inflamação do intestino e desregulação da função intestinal, limitando a absorção de nutrientes essenciais e destruindo a flora microbiana que contribui para o bom funcionamento do corpo. Promovem ainda a proliferação de microorganismos patogénicos, que prejudicam o organismo. Devemos também evitar alimentos processados (industrializados) e alimentos que contenham corantes, conservantes e adoçantes artificias, como aspartame, acesulfame-K e sucralose. Estas substâncias prejudicam francamente a função intestinal, bem como a de todo o organismo. Ter em atenção os rótulos dos alimentos que adquirimos é, hoje em dia, mandatório para a pessoa que quer promover a sua própria saúde. É essencial entender que a saúde intestinal influencia a saúde do organismo humano como um todo.