O envelhecimento é um facto da vida que afeta todos os membros de uma família. No entanto quando somos mais jovens, sobretudo ainda adolescentes, temos dificuldade em compreender até que ponto um dia a velhice dos nossos pais os irá afetar a eles… e a nós.
A altura chegará em que o declínio mental e físico se tornará mais evidente. Nessa altura a qualidade de vida, aparência e bem-estar dos seus pais podem inevitavelmente sofrer um impacto. Será neste momento que poderá ter de assumir um novo papel na sua vida: o papel de cuidador.
Nos EUA, os dados indicam que atualmente cerca de mais de 30% da população adulta cuida de um familiar envelhecido. Tudo indica que este número apenas irá aumentar, sobretudo à medida que a população em geral continua a envelhecer. Muitas vezes, este papel de cuidador pode ser um “fardo” complicado de gerir, na medida em que o tempo e atenção necessárias não se coaduna com uma vida familiar e profissional intensa.
Lyndia Andrews, uma autora e coach motivacional, partilhou recentemente com a Poised Magazine a forma como o ter descoberto que a sua mãe tinha Parkinson`s mudou completamente a sua vida. O facto de ter de assumir um papel cuidador transformou-se numa enorme parte da sua vida. “Tudo o resto passou a assumir um papel secundário”, explica Lyndia. “Não estava preparada para as responsabilidades que tive de assumir”. A tensão que este novo papel causou na sua profissão, no seu casamento e nas suas finanças foi difícil de gerir. No entanto, segundo a própria, “faria tudo igual outra vez”.
De forma a conseguir ajudar outras pessoas em situações semelhantes, Lyndia partilha com todos algumas das lições que teve que aprender ao longo deste processo. Eis 5 das principais coisas que qualquer cuidador parental deverá ter em conta, segundo Andrews.
- Alteração de papeis
Você irá passar de ser o filho do seu pai ou mãe, para passar a ser o “pai” de uma criança. Lembra-se quando os seus pais costumavam fazer-lhe perguntas sobre tudo e mais alguma coisa? Agora este será a sua vez de ter que perguntar se já tomaram o medicamento ou se já comeram alguma coisa.
Esta situação poderá ser algo complicada porque os seus pais continuam a olhar para si como o bebé deles e como tal podem não reagir bem ao facto de estar a assumir o controlo. Seja paciente. Fale com eles sobre isso e relembre-os de que sabe que eles ainda são independentes e que apenas está a tentar ajudar.
- A sua primeira prioridade será prestar cuidados
Toda a sua agenda terá que ser planeada em função das necessidades do seu familiar. A situação pode agravar-se a qualquer momento e como tal terá que ter flexibilidade para acompanhar isso mesmo. Haverá certamente alturas em que estará no trabalho e pode receber uma chamada urgente. Tente pedir ao seu familiar que perceba se o motivo é urgente ou não para poder melhor organizar-se.
- Informe-se ao máximo sobre a doença do seu pai/mãe
Fale com médicos, pesquise online e converse com pessoas que tenham passado por algo semelhante. Tente perceber quais as melhores maneiras para lidar com a situação em particular. Isto ajudará a que esteja mais preparado para o que deve (ou não) esperar
- Alguns familiares vão ajudar; outros não.
Todos na família podem reagir de maneira diferente a este tipo de situação. Procure falar com os seus tios, irmãos, sobrinhos e peça a ajuda deles. Caso eles não queriam ajudar ou não se sintam confortáveis, deixe que sejam eles a anunciar isso mesmo.
Se não tiver nenhum contato familiar, saiba que pode sempre contratar uma ajuda profissional que pode sobretudo ajudar na prestação de cuidados de saúde.
- Não se sinta culpado por ter momentos para cuidar de SI
Isto é extremamente importante. Não deixe que o facto de estar a cuidar do seu pai/mãe o preencha de culpa sempre que está em ocasiões não relacionadas com esta situação. Se não cuidar também do seu bem-estar dificilmente irá conseguir cuidar corretamente do bem-estar do seu familiar. Você merece também ter um tempo exclusivo para cuidar de si, caso contrário irá deixar-se consumir pelo stress e pelas noites mal dormidas.