Na última semana, este produto registou uma subida de 2,59 euros por quilo, para 13,53 euros. Fica agora mais caro comprar pescada fresca do que bacalhau graúdo, que custava, a 11 de setembro, 13,28 euros o quilo. Saiba quanto custa agora o cabaz alimentar monitorizado pela DECO PROteste.
Se pensa que o bacalhau é mais caro do que a pescada, pense novamente. Esta semana, entre 4 e 11 de setembro, a pescada fresca viu o seu preço aumentar novamente, desta vez, 2,59 euros por quilo (mais 24 por cento). Comprar um quilo de pescada fresca custa agora 13,53 euros, valor que ultrapassa já o preço de outros peixes, entre os quais o do bacalhau graúdo, que custava, esta semana, 13,28 euros o quilo.
O cabaz alimentar de 63 bens essenciais monitorizado pela DECO PROteste custava esta semana (11 de setembro) 227,60 euros, uma subida de 2,49 cêntimos (1,11%) face à semana passada. Em comparação com o início de 2024, a 3 de janeiro, o preço desta cesta de bens essenciais está, ainda assim, 8,44 euros mais baixo (menos 3,58 por cento).
Como é calculado o preço do cabaz?
Desde janeiro de 2022 que a DECO PROteste acompanha a evolução dos preços dos bens alimentares essenciais, analisando, todas as quartas-feiras, o custo total de um cabaz, com base nos preços recolhidos no dia anterior nos principais supermercados com loja online.
Começa-se por calcular o preço médio por produto em todas as lojas online do simulador, em que se encontra disponível. Depois, somando o preço médio de todos os produtos, obtém-se o custo do cabaz para um determinado dia.
Quais os produtos que mais aumentaram?
São vários os produtos que registam aumentos de preço de uma semana para a outra. Na última semana, entre 4 e 11 de setembro, além da pescada, os produtos com os maiores aumentos percentuais foram o queijo curado fatiado (mais 19%) e os cereais de fibra (mais 14 por cento).
Já desde o início do ano, entre 3 de janeiro e 11 de setembro de 2024, as maiores subidas de preço registaram-se não só na pescada fresca (mais 14%) e no queijo curado fatiado (mais 11%), como também nos flocos de cereais (mais 10 por cento).
Porque aumentaram os preços dos alimentos?
A invasão da Rússia à Ucrânia, de onde eram provenientes grande parte dos cereais consumidos na União Europeia (e em Portugal) veio pressionar o setor agroalimentar, que estava há já vários meses a braços com as consequências da pandemia e da seca. A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente dos fertilizantes e da energia, necessários à produção agroalimentar, refletiu-se, por isso, num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor de produtos como a carne, os hortofrutícolas, os cereais de pequeno-almoço ou o óleo vegetal em 2022.
Taxa de inflação abranda em agosto
Os consecutivos aumentos dos preços ao consumidor, nomeadamente em produtos como a alimentação, contribuíram para o aumento da taxa de inflação para níveis históricos em 2022. No entanto, nos primeiros meses de 2023, a taxa de inflação do País começou a abrandar. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), em dezembro de 2023, a taxa de inflação caiu para 1,4 por cento. Já no arranque de 2024, voltou a aumentar. Em agosto, de acordo com o INE, voltou a descer para 1,9%, menos 0,6% face aos 2,5% de julho.
Preço do cabaz desceu 1,56 euros desde o fim do IVA zero
Para conter a subida dos preços na alimentação, a 27 de março de 2023, o Governo assinou um acordo com o retalho alimentar e o setor da produção agroalimentar que se traduziu na isenção de IVA num cabaz com mais de 40 alimentos entre 18 abril de 2023 e 4 de janeiro de 2024. A lista de produtos com IVA zero foi definida com base nas recomendações da Direção-Geral da Saúde e incluía os alimentos mais consumidos pelas famílias em Portugal.
De acordo com a DECO PROteste, desde o último dia de isenção de IVA num cabaz alimentar com 41 alimentos, a 4 de janeiro, a cesta de bens essenciais viu o seu preço descer 1,56 euros (menos 1,1%), de 141,97 euros para 140,41 euros, a 11 de setembro.
As contas da organização de defesa do consumidor revelam que o queijo curado fatiado, a pescada fresca e o atum posta em azeite foram os produtos que registaram as maiores subidas de preço desde que o IVA zero chegou ao fim, com aumentos de 14%, 14% e 9%, respetivamente.
Para poupar nas compras semanais, pesquise os supermercados mais baratos e compare o índice diário das várias cadeias de distribuição para o mesmo cabaz de produtos, no simulador da DECO PROteste, disponível na plataforma Saber Poupar, em www.saberpoupar.pt. Pode pesquisar por distrito ou concelho e até selecionar o tipo de alimentos que costuma comprar.