No entanto, problemas de saúde, falta de nutrientes e até o stress podem afetar diretamente a saúde dos fios e provocar uma queda maior, ocasionando falhas no couro cabeludo e até calvície, que atinge tanto homens como mulheres.
A Agência Einstein refere as principais dúvidas sobre o assunto.
1. Por que é que o cabelo cai todos os dias?
O ciclo de vida de cada fio tem três fases: anágena, a etapa de crescimento que ocorre com a proliferação das células no folículo piloso. Isso pode levar de dois a oito anos e é o que determina o comprimento total do cabelo.
Depois desse período, há uma interrupção da atividade e um repouso de algumas semanas – é a fase catágena. Por fim, na telógena, o fio desprende-se do folículo antes que o ciclo se reinicie. Há cabelos sempre a cair naturalmente. No entanto, quando alguma condição provoca a queda em grandes quantidades, acontece a alopecia.
2. Quando é que nos devemos preocupar?
É normal perder de 50 a 100 fios por dia. “Quando aparecem muitos fios na almofada de manhã ou sai um tufo muito grande ao puxar ou passar a mão, ou se perde volume ou que está mais fino, ralo, o couro cabeludo está mais aparente ou observa áreas sem cabelo, são sinais de preocupação que temos que investigar”, explica a dermatologista Barbara Miguel, do Hospital Israelita Albert Einstein.
3. Toda queda é igual?
Não, muito pelo contrário. As alopecias mais comuns são as chamadas não cicatriciais – aquelas em que o cabelo volta a crescer. E dentro desse grupo há vários tipos e causas.
Uma das mais conhecidas é o eflúvio telógeno, quando há uma queda abrupta, associada a um aumento da perda diária de cabelo. “Ele ocorre três ou quatro meses depois de um fator desencadeante, porque há uma transição repentina dos fios da fase anágena para a telógena”, diz a dermatologista. Pode ser agudo, devido a uma causa passageira, ou crónico – quando o cabelo cresce, mas volta a cair, impactando tanto o volume quanto o comprimento.
Já a alopecia androgenética, a popular calvície, é determinada geneticamente e afeta homens e mulheres. Pode começar na adolescência ou na vida adulta e, enquanto nos homens aparece mais na coroa e nas entradas, nas mulheres costuma acometer a região central do topo da cabeça.
Há também a alopecia areata, que está associada a uma condição autoimune e leva à perda de pelos e cabelo de forma irregular, deixando grandes áreas calvas. É uma doença crónica de evolução imprevisível, com períodos de melhora e piora.
Já as alopecias cicatriciais ocorrem quando um processo inflamatório do couro cabeludo leva à morte do folículo piloso e forma cicatrizes. Há vários tipos, mas em todos os casos a perda pode ser irreversível. O tratamento é mais difícil e deve-se fazer acompanhamento o mais cedo possível.
4. O stresse pode causar queda de cabelo?
Sim. O desgaste do organismo perante de situações como perdas, lutos, mudanças de trabalho ou algum momento marcante na vida pode levar à perda temporária de cabelo. É o eflúvio telógeno agudo, quando os fios passam rapidamente para a fase final da vida e caem, o que vai ser observado cerca de três a quatro meses após o evento.
5. Quais as doenças que podem fazer o cabelo cair?
Quadros infeciosos, como covid-19, dengue ou sífilis, drenam recursos do organismo e afetam a saúde dos cabelos. Além disso, deficiência de nutrientes — como anemia ou baixos níveis de vitamina D — e alterações na glândula tireoide, que regula o metabolismo, podem estar por trás da queda.
A fase pós-menopausa e o envelhecimento também levam a mudanças nos fios, tornando os cabelos mais finos e com crescimento mais lento.
6. É possível reverter a perda?
Depende do tipo de alopecia. Nas chamadas não cicatriciais é possível, sim, com diagnóstico precoce e tratamentos adequados; já as cicatriciais podem ser irrecuperáveis.
7. Toda queda precisa de tratamento?
Depende da causa. Quando é algo transitório, como um fator stressante ou um quadro infecioso, o cabelo vai voltar ao normal em poucos meses. Na alopecia androgenética o tratamento é para a vida toda.
8. Quais os tratamentos indicados?
O tratamento depende do tipo de alopecia. Primeiro, é preciso descartar fatores desencadeantes para saber se é um quadro autolimitado, ou seja, que se resolve sozinho. Alguns casos crónicos e a alopecia androgenética são tratados com medicamento tópico ou oral. Também podem ser indicados outros remédios e terapias, como mesoterapia, laser, transplante capilar, entre outros.
9. Procedimentos capilares podem provocar a queda?
Colorações e uso de ferramentas que geram calor, não causam queda, mas podem provocar o chamado corte químico – a quebra brusca dos fios pelo calor ou pela química.
10. A forma de pentear e o corte influenciam?
Penteados muito apertados podem causar alopecia de tração.