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Opinião: «No Dia Internacional do Café é essencial esclarecer os seus benefícios e malefícios para a saúde», Gonçalo Botelho, médico

Artigo de opinião de Gonçalo Botelho, especialista em medicina geral e familiar e medicina preventiva e funcional da Clínica Pilares da Saúde

É importante começar por referir que, de todas as substâncias presentes no café, a cafeína é aquela que tendencialmente devemos evitar. A cafeína age como antagonista dos recetores de adenosina, estando associada à ocorrência de palpitações, ansiedade, tremor, insónia, dores de cabeça, náuseas e vómitos, rigidez muscular, aumento da tensão arterial e agravamento de problemas de estômago como azia, refluxo gastroesofágico e gastrite. Está relacionada com a diminuição dos níveis de magnésio no organismo, um mineral essencial já escasso na nossa alimentação e um dos mais consumidos pelo corpo humano, tanto devido às centenas de funções que apresenta, como devido ao stress que vivemos diariamente.

A cafeína pode induzir dependência, se consumida em excesso, tendo o potencial de provocar sintomas de abstinência quando o seu consumo é cessado (cansaço físico e mental, humor depressivo, irritabilidade, dificuldade em trabalhar). Se a cafeína interferir com a qualidade do sono, deve ser evitada ou consumida pela última vez cerca de 10 horas antes de dormir. É também importante esclarecer o leitor que o café descafeinado pode manter ainda uma pequena percentagem de cafeína: até no máximo 3% da quantidade de cafeína presente num café normal. Assim sendo, pode não estar totalmente isento desta substância. No entanto, a quantidade é muito menor e os malefícios associados à cafeína serão também consideravelmente menores.

Mas será que a cafeína afeta da mesma forma todas as pessoas?

A resposta é não, depende da genética do indivíduo. Há pessoas que são metabolizadoras rápidas da cafeína, outras que são metabolizadoras lentas. Isto pode ser determinado, hoje em dia, pela realização de um teste genético. Os metabolizadores rápidos da cafeína têm uma maior tolerância a esta substância e podem consumir maiores quantidades sem experienciarem tantos efeitos adversos. Já os metabolizadores lentos, não devem consumir mais de uma chávena de café por dia. Existem, em oposição, outras substâncias presentes no café que são benéficas para a saúde. Assim sendo, os benefícios do café descafeinado estão precisamente relacionados com todas essas substâncias que o café contém.

Em teoria, as principais diferenças entre o café e o café descafeinado prendem-se com o retirar da cafeína deste último e com a possibilidade da presença de solventes químicos, como o cloreto de metileno na sua constituição.

O café descafeinado é rico em antioxidantes, mas tende a apresentar uma quantidade menor que o café normal, existindo mesmo estudos que o comprovam. A perda destes antioxidantes ocorre com o processo de descafeinação. Apresenta também alguns nutrientes importantes como vitaminas do complexo B. Existem estudos que comprovam que tanto o café como o descafeinado estão associados a uma redução da incidência de Diabetes Mellitus Tipo 2, Doença de Parkinson e Doença Neurodegenerativa. Estudos comprovam também que ajudam a prevenir Doença Hepática, exercendo um efeito protetor sobre o fígado. O café descafeinado parece estar também associado uma ligeira redução da probabilidade de ocorrência de Acidente Vascular Cerebral e Doença Cardíaca.

Para se poder avaliar os malefícios do café descafeinado para a saúde temos de analisar o seu método de fabrico. Existem 3 métodos que podem ser utilizados: através do uso de dióxido de carbono; água e filtros adequados ao processo; solventes químicos, como o cloreto de metileno ou o acetato de etila. Os primeiros 2 métodos apresentados não parecem ter nenhuma consequência para saúde das pessoas. As dúvidas residem na utilização de solventes químicos, que se constituem como o principal método utilizado, por ser também o mais barato. O cloreto de metileno é utilizado como removedor de tinta, verniz ou gordura. É uma substância comprovadamente prejudicial para a saúde das pessoas, particularmente se inalado. A exposição repetida de seres humanos a esta substância revelou efeitos adversos graves, nomeadamente a nível hepático e do sangue.

Em modelo animal, no coelho demonstrou ser um produto irritante para a pele e para os olhos e no rato assumiu-se como um irritante severo do sistema respiratório e do sistema nervoso, provocando mesmo lesões nos pulmões e convulsões. Está atualmente classificado como um produto suspeito de estar ligado ao aparecimento de cancro no ser humano. Existem estudos que demonstram que o cloreto de metileno está associado ao aparecimento de tumores malignos em pequenos roedores, como o rato-doméstico. Está também ligado ao aparecimento de tumores benignos em ratos. No entanto, esta associação não está ainda comprovada em seres humanos. Acredita-se que a quantidade do produto a que a pessoa é exposta e o período de tempo da exposição assumem grande relevância: quanto maior for a quantidade e mais prolongada a exposição, maior será a probabilidade de a pessoa desenvolver um problema de saúde.

A utilização de cloreto de metileno como meio de produzir descafeinado deve, então, seguir escrupulosas regras, que levam a que a quantidade de solvente que permanece no café descafeinado seja de tal forma baixa que se torne o mais segura possível a sua ingestão. Sabe-se hoje em dia que nem sempre isto acontece e que a quantidade deste solvente presente no produto varia de marca para marca. Por outro lado, a quantidade de café descafeinado que a pessoa bebe diariamente também pode influenciar a quantidade de solvente a que o seu corpo é exposto. Dito isto, se o leitor consome café descafeinado diariamente e/ou em maiores quantidades, a forma mais segura de o fazer é escolher uma marca que não utilize solventes químicos e opte por um dos métodos seguros, já referidos anteriormente. Por fim, para se maximizar os benefícios e minimizar os malefícios, a qualidade do café assume relevância: deve dar-se preferência a um café de qualidade, orgânico. Não se deve esquecer que o café descafeinado tem origem no café, pelo que a qualidade do café influencia a qualidade do descafeinado.

Em primeiro lugar, deve analisar-se se a pessoa é uma metabolizadora rápida ou lenta da cafeína. Como já referido, o metabolizador rápido poderá usufruir dos benefícios do café sem experienciar tanto os efeitos adversos da cafeína. Não quer isto dizer que se deva abusar do consumo de café. Não existe necessidade de consumir mais do que dois cafés por dia. Já o metabilizador lento, deverá limitar o seu consumo a uma chávena por dia. Não esquecer que a cafeína é o preço que se paga pelos benefícios do café. Por outro lado, é necessário avaliar se o café descafeinado foi obtido por meios de utilização de solvente químico, pelas razões já apresentadas anteriormente.

Se assim foi não recomendo o seu consumo, porque, apesar do que já referi acerca da cafeína, será preferível o seu consumo moderado (uma chávena por dia) ao risco de consumir qualquer químico solvente. Por outro lado, o café descafeinado obtido pelos meios de utilização de dióxido de carbono ou água e filtros adequados ao processo parece segura pelo que poderá ser uma excelente alternativa, particularmente para as pessoas que são metabolizadoras lentas do café.

Por fim, a qualidade do café deve pesar na decisão: o café orgânico tem mais qualidade e traz mais benefícios.

Como conclusão, a escolha deve variar com base nas características individuais de cada pessoa, na qualidade do café e na forma como o café descafeinado é obtido. Qualquer que seja a escolha, o consumo moderado de uma a duas chávenas por dia não deve ser ultrapassado

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