O divórcio é habitualmente uma experiência desagradável. É um momento triste que marca o final de um projeto conjunto. Um dos sentimentos mais comuns que atinge as pessoas divorciadas é a ideia de que poderiam ter feito mais para resolver alguns dos problemas conjugais.
Este tipo de desgosto e de pensamento desconfortável pode assombrar a vida de um individuo após a sua separação. Podendo acabar por passar demasiado tempo a refletir sobre tudo aquilo que podia e devia ter feito diferente. Tudo aquilo que podia ter dito ou os comportamentos que podia ter corrigido mais cedo.
É muito frequente que quando uma pessoa decida terminar uma relação não seja capaz de articular bem as razões que justificam este seu desejo de separação. Este fenómeno é complicado de gerir por parte da pessoa que se vê agora “abandonada”. Na maior parte dos casos esta ausência de explicação é motivada por dificuldades de comunicação no seio do casal.
Neste sentido o portal Psychology Today reuniu recentemente o contributo da autora e especialista conjugal Susan Gadou, sinalizando algumas das estratégias que todas as pessoas que estão a pensar terminar uma relação devem considerar.
- Ferramentas adultas de comunicação
A grande maioria das aptidões sociais que temos são assimiladas ao longo da nossa infância, sobretudo quando temos 4-7 anos. Esta é a altura em que começamos a frequentar a escola e a ter que nos relacionar diariamente com colegas, professores e outros adultos. Habitualmente as discussões entre amigos culminam sempre num “não é justo!” ou num “mas eu quero isso agora!”. Enfim, as crianças não são os seres mais pacientes e sensatos.
É fundamental que ao longo da nossa idade adulta vamos aprendendo novas e mais sofisticadas formas de nos relacionarmos com os outros. Infelizmente muitas pessoas continuam toda uma vida sem saber como se expressar adequadamente. Aprenda a comunicar as suas necessidades e os seus sentimentos, especialmente ao seu parceiro. Caso isto não aconteça o mais provável é que o casal não seja capaz de gerir os seus conflitos de uma forma saudável.
- Altere a forma como comunica
Saber como deve e não deve comunicar é fundamental. Chamar nomes, mentir, manipular, envergonhar e não assumir as culpas são tudo exemplos de comportamentos que deve evitar. É frequente que procure culpar os seus ex-parceiros pelo insucesso das suas relações, mas antes de tudo isso deve avaliar o seu próprio comportamento. Caso não seja capaz de corrigir certas falhas na forma como se expresso o mais provável é que acabe por encontrar os mesmos padrões em todas as relações que vá formando ao longo da vida.
- “Resolva” a sua própria personalidade
A busca por um estado emocional mais equilibrado e saudável é uma “missão” constante. Não deve nunca deixar de procurar melhorar os seus pontos mais fracos. Fazer terapia, participar em cursos/workshops, encontrar um mentor, ler um bom livro ou ver um filme inspirador são tudo bons exemplos de estratégias que deve adotar.
Antes de apontar a culpa de um problema seu a outra pessoa, reflita sempre primeiro sobre o seu próprio comportamento. Não podemos controlar fatores externos, apenas temos em “nossas mãos” a forma como reagimos ao que nos vai acontecendo. Este pode ser um desafio complicado, mas é sem dúvida algo importante, a que se deve dedicar. Muitas vezes a frustração que associamos ao nosso parceiro ou à nossa relação está antes mais relacionada com os nossos problemas/falhas pessoais.
- Terapia conjugal
Se começar a verificar que a sua relação está a entrar numa fase particularmente negativa ou difícil, então a ideia de pedir auxílio a um especialista conjugal poderá ser um bom ponto de partida para alterar as suas circunstâncias. A possibilidade de conversar sobre os vossos problemas com um técnico imparcial poderá ser uma experiência muito valiosa, que permita “desbloquear” alguns obstáculos. Acima de tudo este tipo de terapia irá permitir melhorar a comunicação do casal e oferecer um conjunto de novas técnicas ou estratégias que permitam melhor lidar com os momentos de maior tensão.
- Olhar para o espelho
“Torne-se na mudança positiva que deseja observar”. Este é um conselho interessante que permite refletir sobre a importância de ganharmos um maior controlo sobre a nossa vida. Ter a capacidade de corrigir as suas falhas vai facilitar que tudo o resto se transforme para melhor. Quando nos sentimos bem, somos melhores para as outras pessoas, somos mais justos e geramos energia mais positiva. Não espere que os outros o façam sentir melhor, foque-se antes na sua própria perspetiva e na sua capacidade de mudar para melhor.