Cuidar de alguém é um ato de amor profundo, uma entrega que exige força, paciência e adaptação constante. Tenho vivido essa realidade desde que o meu avô foi diagnosticado com Alzheimer há mais de 14 anos. Nos últimos cinco anos, tenho desempenhado o papel de cuidadora enquanto neta, e essa experiência tem sido desafiante e gratificante.
Quando ingressei na faculdade, percebi que cuidar de alguém com Alzheimer é mais do que prestar assistência física. É um exercício de resiliência, força e amor incondicional. O meu interesse pela demência levou-me a fazer formações e estudar mais sobre o assunto, o que ajudou a adaptar a vida do meu avô à sua nova realidade e a apoiar a minha avó, a cuidadora principal, que cuida dele 24 horas por dia.
Ao longo do tempo, a minha paixão por este tema cresceu, e isso inspirou-me a escrever o livro “Porções de Afeto – Sobre a Realidade de Ter Demência”, que já está na segunda edição, disponível nas plataformas de venda online (Wook, Bertrand e Fnac) ou, através de uma mensagem. Nele, partilho a nossa experiência familiar e as estratégias que adotámos para melhorar o dia-a-dia do meu avô, como a comunicação e até a escolha da cor dos pratos.
Cuidar de alguém com Alzheimer é uma prova de resiliência. O apoio da família é crucial, e, apesar de ser uma das cuidadoras informais, não sou a principal, mas estou sempre presente para apoiar. A união familiar permite-nos enfrentar os desafios da demência com mais força.
O Alzheimer pode roubar memórias, mas nunca o amor. E é esse amor que nos dá a força para continuar, dia após dia, proporcionando conforto e dignidade a quem amamos.