Portugal ocupa a 5.ª posição entre os países com mais casos: cerca de 8% dos portugueses estão diagnosticados com esta perturbação, que ainda é alvo de muitos mitos e preconceitos, fruto da desinformação que impacta negativamente os doentes.
Este facto é salientado no estudo “Mitos e boatos sobre a depressão: efeitos, exemplos e dicas para os combater”, promovido pela Lundbeck e que destaca a relação bidirecional entre a depressão e a desinformação.
De acordo com o estudo, as redes sociais estão a multiplicar as conversas sobre saúde mental/depressão, a partilhar experiências e a criar comunidades, mas há falta de conhecimentos especializados.
10 mitos comuns detetados nas redes sociais sobre a depressão:
- É um sinal de fraqueza Pode afetar qualquer pessoa
- É para toda a vida A recuperação é possível
- Há sempre uma razão por detrás A sua origem é multifatorial
- Não é uma doença É uma doença
- É hereditária Não é hereditária
- Cura-se com medicina natural Não existem evidências a este respeito
- É pouco provável que me afete É frequente ao longo da vida
- A depressão não existe, é tristeza A tristeza é um dos sintomas
- Falar sobre ela pode piorá-la Falar sobre ela quebra o estigma
- Desaparece sozinha Geralmente requer tratamento
Dados retirados do mesmo estudo indicam que muitas pessoas consomem conteúdos sobre saúde mental provenientes de fontes não especializadas, pelo que a forma mais eficaz de combater a desinformação é confrontar as informações falsas com dados e informações verdadeiras e contrastadas que desmentem os boatos e os falsos mitos.
Para combater a desinformação sobre saúde mental é necessário criar conteúdos de qualidade e posicioná-los, bem como contar com o apoio de referências para a população adolescente e juvenil, a mais exposta às fake news. As redes sociais e o rigor científico são uma junção possível e necessária, acreditam os especialistas.
Por esta razão, encorajam os profissionais de saúde mental a utilizar estes canais, adaptando-se a eles, tanto no seu formato como na sua linguagem.
As próprias pessoas afetadas pelas doenças são a voz mais legítima para liderar um movimento de mudança face ao estigma das doenças mentais, como reconhece um relatório recente da revista The Lancet.