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Cancro: especialistas revelam como a robótica está a ajudar os cirurgiões no combate à doença

Em Portugal, o mesmo relatório indica que, em 2022, foram diagnosticados 69 567 novos casos de cancro, dos quais 31 702 em mulheres e 37 865 em homens que já representam 54,4% dos tumores registados a nível nacional.

4 Fevereiro 2025
Forever Young

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o cancro é uma das principais causas de morte em todo o mundo. A Union for International Cancer Control (UICC) indica que o cancro mata mais de 10 milhões de pessoas por ano – mais do que o VIH, a malária e a tuberculose, em conjunto – alerta que os especialistas projetam um aumento deste número para cerca de 13 milhões de mortes anuais em 2030 e, nesse ano, o IARC estima que  surjam mais de 74,5 mil novos diagnósticos de cancros em homens e mulheres portuguesas. Já em 2025, em Portugal, o mesmo organismo estima que sejam diagnosticados cerca de 71 064 novos casos de cancro, o que representa um ligeiro aumento de 2,2%, relativamente aos 69 567 verificados em 2022.

 

Embora os cancros mais comuns variem de país para país, as últimas estimativas do IARC Global Cancer Observatory – que abrangeram 185 países e 36 tipos de cancro – indicam que, em 2022, o cancro do pulmão foi a patologia oncológica com maior letalidade em todo o mundo e responsável por 1,8 milhões de mortes, seguida do cancro do cólon e reto, com cerca de 900 000 mortes, do cancro do fígado, com 760 000 mortes, do cancro da mama que vitimou mais de 670 000 mulheres e do cancro do estomago que causou cerca de 660 000 mortes, a nível global.

 

Em Portugal, o mesmo relatório indica que, em 2022, foram diagnosticados 69 567 novos casos de cancro, dos quais 31 702 em mulheres e 37 865 em homens que já representam 54,4% dos tumores registados a nível nacional. O cancro colorretal foi a patologia oncológica mais incidente (15,2%), com mais de 10 575 novos casos, seguido pelo cancro da mama que quase chegou aos 9 mil diagnósticos e representou 12,9% dos novos casos de cancro no País. Já o cancro da próstata foi o terceiro, com mais de 7 500 novos casos (10,8%), em quarto surge o cancro do pulmão, com mais de 6 155 ocorrências (8,8%) – mas destaca-se na liderança do índice de letalidade – seguido do cancro do estômago a superar os 3 668 novos casos, naquele ano.

 

Atualmente, entre 30 e 50% dos cancros podem ser prevenidos se forem evitados fatores de risco e adotadas medidas de prevenção, e muitos cancros têm uma elevada probabilidade de cura se forem detetados prematuramente. O diagnóstico correto do cancro é essencial para definir o tratamento mais adequado e quando a doença oncológica tem indicação para cirurgia, o sistema robótico da Vinci tem demonstrado ser um grande aliado dos médicos no combate ao cancro.

 

Mais poder aos cirurgiões na luta contra o cancro

 

Em 2024, na Península Ibérica, foram realizadas mais de 25 mil cirurgias robóticas com o sistema da Vinci em patologias oncológicas, e as previsões para este ano apontam para um aumento de cerca de 25%. Destas intervenções, mais de 44% foram efetuadas em tumores da próstata e cerca de 9% em cancros do cólon. Seguiram-se nefrectomias, associadas ao cancro do rim, e histerectomias robóticas, decorrentes de cancros no útero, ambas com 8%.  Para além destas intervenções cirúrgicas mais expressivas, patologias oncológicas do pulmão, esófago, fígado, estomago, pâncreas, ovários e bexiga também foram consideradas para cirurgias assistidas pelo sistema robótico da Vinci.

 

Ginecologia oncológica robótica

 

Henrique Nabais, Diretor da Unidade Multidisciplinar de Ginecologia Oncológica do Centro Clínico Champalimaud, adianta que “o cancro ginecológico onde a cirurgia robótica tem maior impacto é o cancro do endométrio. Em primeiro lugar, pela demonstração da segurança oncológica e cirúrgica desta abordagem no tratamento cirúrgico do cancro do endométrio, localizado ao útero, e, em alguns casos, com metastização ganglionar. Outro fator que aumenta a importância desta abordagem minimamente invasiva é este grupo de cancros estar associado a fatores de risco muito prevalentes na sociedade ocidental, como a diabetes e a obesidade, as quais se associam, por si só, a um aumento da morbilidade cirúrgica, que é minimizado pela cirurgia robótica. No cancro do ovário em estádios precoces, a cirurgia robótica também é considerada uma abordagem segura em muitos casos. A grande vantagem é a possibilidade de uma intervenção minimamente invasiva em cirurgias de estadiamento complexas, com redução clara da morbilidade cirúrgica e pós-cirúrgica”.

 

Relativamente às intervenções cirúrgicas com o sistema da Vinci, Henrique Nabais destaca que “são muitas as vantagens da cirurgia robótica nas doentes com cancro ginecológico. Uma das mais importantes é a maior precisão e segurança desta abordagem, vantagem com particular impacto nas doentes com obesidade, incluindo a obesidade mórbida, e nos casos mais complexos. Estas características repercutem-se numa baixa taxa de conversão para laparotomia, menor perda de sangue e de transfusões, e ainda num menor risco de complicações cirúrgicas”.

 

Diretor da Unidade Multidisciplinar de Ginecologia Oncológica do Centro Clínico Champalimaud salienta, também, que “esta cirurgia minimamente invasiva implica menor tração na parede abdominal, com redução significativa da dor no pós-operatório imediato, o que permite o início mais precoce da deambulação e do restabelecimento do trânsito intestinal, com uma convalescença mais rápida e fácil”. Henrique Nabais acrescenta: “O tempo cirúrgico nos casos de maior complexidade é menor, em comparação com as outras abordagens.  Outra vantagem a referir é a melhor ergonomia, que reduz de forma significativa o cansaço do cirurgião o que, sem dúvida, aumenta a segurança cirúrgica e reduz o tempo cirúrgico”.

 

Cirurgia robótica nas patologias onco urológicas

 

Quando se questiona quais as principais patologias oncológicas em Urologia que mais beneficiam de cirurgia robótica com o sistema da Vinci, David Subirá, Coordenador de Urologia do Hospital CUF Tejo, indica que: “a cirurgia robótica tem dois benefícios claros no tratamento do cancro urológico. Em primeiro lugar, é uma abordagem minimamente invasiva que permite reduzir possíveis complicações cirúrgicas e melhorar a recuperação no pós-operatório, diminuindo o tempo de internamento hospitalar. Este benefício aplica-se a todos os procedimentos cirúrgicos oncológicos, especialmente àqueles que, tradicionalmente, apresentam uma elevada taxa de complicações, como a cistectomia radical – remoção cirúrgica completa da bexiga – no cancro vesical invasivo”.

 

O especialista destaca ainda que: “a precisão e a visão extraordinária proporcionadas pela cirurgia robótica permitem uma remoção mais precisa do tumor, ao mesmo tempo que se preservam estruturas saudáveis essenciais para manter funções que poderiam ser afetadas pela cirurgia. Por exemplo, na cirurgia para tratamento do cancro do rim, reduz o risco de perda da função renal, e na cirurgia do cancro da próstata melhora os resultados em termos de continência e função sexual. Além de tratar o cancro com precisão e segurança, a cirurgia robótica permite preservar a qualidade de vida das pessoas, tornando-se uma abordagem extraordinária no tratamento oncológico”.

 

Quando se analisam resultados em pacientes oncológicos intervencionados com cirurgia robótica assistida com sistema da Vinci, David Subirá destaca que “após mais de 14 anos de experiência em cirurgia robótica, posso afirmar que, além de alcançar excelentes resultados oncológicos, os doentes submetidos a prostatectomia para tratamento do cancro da próstata – com indicação de preservação neuro vascular – apresentam uma recuperação mais rápida da continência, conseguindo, na maioria dos casos, um controlo quase imediato após a remoção da sonda vesical. Além disso, as taxas de preservação da função sexual são superiores às obtidas com abordagens cirúrgicas tradicionais”.

 

No cancro renal localizado, a cirurgia robótica tem permitido que mais doentes beneficiem de uma nefrectomia parcial, evitando a remoção completa do rim. O Coordenador de Urologia do Hospital CUF Tejo menciona que “num estudo comparativo que realizámos há 10 anos – analisando cirurgia robótica e laparoscópica em doentes com cancro renal – observámos que a cirurgia robótica possibilitava o tratamento de tumores mais complexos, preservando melhor a função renal. Além disso, esta tecnologia permitiu-nos desenvolver uma abordagem inovadora, sem necessidade de suturas, utilizando um molde do tumor impresso em 3D, o que contribuiu para uma recuperação renal mais eficiente no pós-operatório – a técnica RSD”. David Subirá conclui: “As possibilidades de melhorar os tratamentos dos nossos doentes com a incorporação de novas ferramentas no robot são extremamente promissoras e entusiasmantes. A integração da inteligência artificial e da navegação cirúrgica com realidade aumentada já é uma realidade”.

 

As estatísticas demonstram que a incidência do cancro está a aumentar, em todo o mundo, mas a inovação tecnológica na saúde também está a incrementar o desenvolvimento de novas soluções e são cada vez mais expressivas as vantagens do recurso à cirurgia robótica na luta contra o cancro. O sistema robótico da Vinci foi desenvolvido para dar resposta aos cirurgiões que pretendem facultar os tratamentos mais avançados aos seus pacientes e existem centenas de estudos científicos que comprovam como o recurso à cirurgia robótica da Vinci aporta diversos benefícios para os doentes, equipas médicas e para os sistemas de saúde.

 

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