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Entrevista: «Obesidade: muito mais do que peso, um olhar médico sobre rastreio e prevenção», Adriana de Sousa Lages, endocrinologista

23 Junho 2025
Sandra M. Pinto

A obesidade é frequentemente reduzida a uma questão de aparência ou força de vontade, mas a realidade clínica é bem diferente.

 Trata-se de uma doença crónica, com impactos profundos na saúde metabólica, cardiovascular, hormonal e até emocional. E, ao contrário do que muitos pensam, não é apenas uma preocupação estética — é um dos maiores desafios de saúde pública do nosso tempo.

Para compreender melhor este fenómeno e a importância do rastreio precoce, conversámos com Adriana de Sousa Lages, endocrinologista, que nos ajuda a desconstruir mitos, identificar sinais de alerta e perceber por que razão tratar (e rastrear) a obesidade é um acto de prevenção vital.

Por que é importante fazer rastreios à obesidade, especialmente em adultos e idosos?

A obesidade, embora reconhecida como doença em Portugal há 20 anos, continua a ser uma doença pouco diagnosticada, ou seja, muitas pessoas vivem com a doença sem reconhecerem a sua presença. Este ponto é fundamental uma vez que sem diagnóstico não há procura de ajuda médica nem há acesso ao tratamento adequado. Realizar rastreios na população é crucial porque permite identificar precocemente situações de risco de complicações, mesmo em pessoas que ainda não manifestam sintomas ou complicações visíveis. No caso dos idosos, o rastreio assume particular relevância: o excesso de gordura visceral pode coexistir com perda de massa muscular (sarcopenia), aumentando o risco de quedas, fragilidade e perda de autonomia. No fundo, rastrear não é apenas diagnosticar, mas sim prevenir, proteger e cuidar de forma inteligente e proativa.

A obesidade é muitas vezes vista como uma questão estética. Como podemos reforçar a sua dimensão médica e preventiva?

A obesidade é uma doença crónica e progressiva e, por isso, a importância do tratamento deve ser focada na dimensão da saúde da pessoa. O controlo de peso tem como objetivo a prevenção e o controlo ou até remissão de complicações associadas à adiposidade excessiva. Obviamente que a questão da autoestima da pessoa é também relevante, mas o primordial é sensibilizar para os ganhos em saúde no global, como um objetivo contínuo e combinado.

De que forma a obesidade está ligada a outras doenças crónicas, como diabetes ou doenças cardiovasculares?

A obesidade afeta vários órgãos e sistemas do nosso organismo e hoje sabemos que contribui para mais de 200 complicações distintas incluindo mais de uma dezena de doenças oncológicas. Tudo isto contribui, não só para uma morbilidade significativa, mas também para o aumento da mortalidade neste contexto.

Após um diagnóstico de obesidade, qual deve ser o passo seguinte?

O diagnóstico de obesidade é visto como um ponto de partida e uma oportunidade para aquela pessoa ser envolvida numa intervenção terapêutica estruturada. Obviamente implica uma avaliação clínica completa, centrada na pessoa, a caracterização das comorbilidades presentes (como hipertensão, dislipidemia, apneia do sono, alterações da glicose), a avaliação do estado nutricional, da composição corporal e do contexto psicossocial. A partir deste ponto, oferecer soluções individualizadas, sustentáveis, baseadas em ciência em equipa pluridisciplinar devem ser o caminho.

Que profissionais de saúde devem estar envolvidos na abordagem ao excesso de peso?

A abordagem do controlo de peso centra-se sempre em várias dimensões da vida da pessoa o que implica, necessariamente, equipas pluridisciplinares que atuam de forma complementar e sinérgica. Aqui incluímos médicos, nutricionistas, fisiologistas do exercício/profissionais do exercício físico, psicólogos e enfermeiros. O fundamental é a presença de uma coordenação equilibrada com objetivos comuns e profissionais capacitados para incluir a pessoa com obesidade em todas as fases do tratamento.

Qual o papel da alimentação e da atividade física na reversão da obesidade — e quando é necessário ir além dessas medidas?

Uma alimentação equilibrada e a atividade física regular são inegociáveis. Mas é relevante salientar que, apesar dos ganhos em saúde independentes da perda de peso associados a estas medidas, há pessoas que vivem com obesidade que vão necessitar de estratégias adicionais como a terapêutica farmacológica ou cirúrgica, sempre de forma selecionada e com base em critérios clínicos. Nem todas as pessoas vão responder a estas medidas baseadas no estilo de vida precisamente porque falamos de uma doença multifatorial, complexa e amplamente influenciada por fatores biológicos como a genética, que não são modificáveis.

Há grupos de risco que devem estar particularmente atentos, como pessoas com historial familiar ou mulheres na menopausa?

Atualmente reconhecemos a história familiar e o período da transição e menopausa como fatores importantes de risco de doença e como oportunidades particulares para o diagnóstico precoce. A história familiar positiva é fundamental uma vez que sabemos que 40-70% do nosso peso num ambiente obesogénico pode ser determinado pela genética e a fase de vida reprodutiva da mulher, particularmente na menopausa, uma vez que as alterações hormonais favorecem modificações da composição corporal (com acumulação de gordura abdominal) e a perda de massa muscular. Nestes grupos, o acompanhamento preventivo pode evitar complicações futuras e permitir intervenções mais eficazes.

Como lidar com o estigma associado à obesidade sem comprometer a motivação para procurar ajuda médica?

O estigma associado à obesidade está presente em diferentes formas: por um lado, a pessoa que vive com obesidade habitualmente já tentou estratégias anteriores para controlo de peso e muitas vezes sente-se incapaz de inverter a realidade; por outro lado, existe também estigma em relação ao tratamento, uma vez que há quem veja esta estratégia como um atalho para a perda de peso. O que é importante sensibilizar é que atualmente dispomos de estratégias farmacológicas extremamente eficazes no controlo dos sintomas da doença (como a fome e a saciedade) e com efeito positivo comprovado no controlo das comorbilidades e que, tal como nas restantes doenças crónicas, devem ser disponibilizadas a quem vive com esta condição. O acompanhamento médico baseado na empatia, na ciência e no respeito permitem combater o estigma e mudar a perspetiva da própria pessoa sobre a sua doença.

Que mensagem deixaria a quem evita fazer um rastreio por medo do diagnóstico ou por vergonha?

As pessoas procuram ajuda para controlo de peso quando se sentem acolhidas e não julgadas, reforçando a ideia de que a obesidade não é uma escolha. O rastreio é uma oportunidade para identificarmos aqueles que vão beneficiar de tratamento e é o primeiro passo para recuperar saúde e qualidade de vida. Promover uma comunicação sem culpa, centrada na saúde e na qualidade de vida, é o caminho para motivar e não afastar uma solução.

 A Tour “O Corpo Pode Resistir À Perda de Peso” permite a qualquer um realizar um rastreio à sua saúde e está a percorrer o país até ao fim do mês de junho. Que tipo de impacto esperam alcançar com esta ação junto da população? E qual a importância destas iniciativas?

Este tipo de iniciativas permite, de forma informal e itinerante, sensibilizar as pessoas para o tema da obesidade e, por outro lado, descomplicar o acesso à saúde, quebrar tabus e levar informação científica até onde ela normalmente não chega. Ao permitir que qualquer pessoa faça um rastreio gratuito e receba orientação, estamos a transformar o medo em consciência e a passividade em ação. O impacto destas iniciativas não é apenas o diagnóstico, mas despertar conversas, mudar mentalidades e mostrar que pedir ajuda é um passo inteligente, e não um sinal de fraqueza. Fazemos um apelo a que aproveitem a próxima sexta-feira e fim-de-semana, na zona do Parque das Nações (27 e 28) e Belém (29), em Lisboa, para realizarem o vosso rastreio!

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