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Opinião: «O impacto das redes sociais na saúde mental», Cátia Silva, psicóloga clínica

26 Junho 2025
Cátia Silva, Psicóloga Clínica e Supervisora pela Ordem dos Psicólogos Portugueses

Artigo de opinião de Cátia Silva, Psicóloga Clínica e Supervisora pela Ordem dos Psicólogos Portugueses

No dia 30 de junho assinala-se o Dia Mundial das Redes Sociais, uma data que celebra a forma como o mundo mudou nas últimas décadas. Comunicar tornou-se imediato. Nunca estivemos tão ligados como na atualidade, aproximando-nos de quem estava longe. Mas, as redes sociais não mudaram apenas a comunicação. Mudaram também a forma como nos vemos, como nos comparamos, como sentimos e como nos relacionamos.

As redes sociais fazem parte da nossa vida, mas o seu uso excessivo ou desregulado está a deixar marcas reais, sobretudo entre a população mais jovem. Ansiedade, insónia, baixa autoestima, dependência emocional, dificuldades de concentração, sensação de solidão… tudo isto pode estar diretamente ligado ao que acontece por trás de um simples scroll. Estudos demonstram que o uso prolongado das redes (mais de 2 horas por dia) está associado a maiores níveis de ansiedade e sintomas depressivos, especialmente em adolescentes. O fenómeno do FOMO (Fear of Missing Out), ou seja o medo de estar a perder algo, intensifica a sensação de exclusão e dependência emocional das redes.

A comparação e a desconexão da realidade

Vivemos rodeados de vidas aparentemente perfeitas: corpos esculturais, viagens de sonho, rotinas inspiradoras. A comparação é inevitável e, muitas vezes, injusta. Comparamo-nos com versões filtradas e editadas de outras pessoas, o que alimenta sentimentos de insuficiência, frustração e tristeza. E, pouco a pouco, vamos sentindo que nunca somos ou temos o suficiente.

Quando nos comparamos, também nos desconectamos de quem somos. E essa desconexão afeta não só o humor como também a imagem que temos de nós próprios. Filtros, ângulos perfeitos e correções digitais criam padrões de beleza quase inatingíveis. Principalmente em adolescentes e mulheres, a exposição diária a estas imagens, pode levar a uma baixa autoestima e a uma relação profundamente frágil com o próprio corpo levando a distúrbios alimentares como anorexia e bulimia.

As redes sociais foram desenhadas para nos prender e fazem-no com uma eficácia assustadora. O scroll infinito, os likes, as notificações, os vídeos curtos, tudo isso ativa o sistema de recompensa do cérebro, criando assim padrões de uso semelhantes aos dos vícios comportamentais. O problema? Temos uma sociedade que vive distraída, com o foco fragmentado e uma crescente dificuldade em manter conversas, estudar ou até descansar.

Vivemos a correr, mas sem presença. Sempre conectados, mas muitas vezes ausentes de nós próprios. E quando a presença se perde, a qualidade das relações também muda. Apesar de estarmos constantemente ligados, muitos sentem-se emocionalmente isolados. As interações online, embora abundantes, são na sua grande maioria superficiais. E quando substituem o contacto presencial, aumentam os sentimentos de solidão e desconexão.

O jovens são os mais afetados

Estudos apontam que, os jovens que usam redes sociais em excesso, relatam maior sensação de exclusão e menor satisfação nas suas relações reais. O cérebro adolescente ainda está em desenvolvimento. O córtex pré-frontal, responsável pelo controlo emocional e pela tomada de decisões, só atinge a maturidade por volta dos 25 anos. Isto torna os jovens mais vulneráveis à impulsividade, à comparação social e à procura de validação externa.

Entre 2010 e 2019, os casos de depressão entre adolescentes aumentaram 52% nos EUA, coincidindo com a massificação das redes sociais. Os números não mentem. O impacto existe e precisa ser falado.

 

É possível criar uma relação equilibrada com as redes sociais?

 

Apesar dos riscos, as redes sociais também trouxeram oportunidades únicas:

 

– Promoveram comunidades de apoio para quem se sente isolado (grupos de saúde mental, maternidade, luto, burnout).

 

– Aproximaram o conhecimento científico das pessoas, tornando a psicologia, o autocuidado e a saúde mental mais acessíveis.

 

– Conectaram famílias, amigos e profissionais em tempo real, independentemente da distância.

– E, em muitos casos, inspiraram mudanças de vida positivas, com partilhas genuínas, educação emocional e empatia digital.

 

As redes sociais não são boas ou más por si só. O impacto depende de como as usamos e do quanto nos conhecemos ao usá-las.

 

Como podemos então usar de forma mais saudável as redes sociais? Aqui ficam algumas estratégias simples:

 

1 – Defina limites de tempo: use ferramentas que controlam o tempo de ecrã. Idealmente, limite o uso pessoal a 1–2 horas por dia.

 

2 – Crie zonas livres de ecrã: evite usar o telemóvel na cama, durante as refeições ou ao acordar. São momentos de presença, e não de distração.

 

3 – Faça uma “limpeza” digital regular: silencie ou deixe de seguir perfis que estimulem a comparação ou façam sentir inferior. O seu feed deve inspirar, não pressionar.

 

4 – Substitua o scroll por pausas conscientes: quando der por si a deslizar o dedo automaticamente, pare, respire e pergunte-se “O que estou mesmo a precisar agora?”

 

5 – Faça detoxes digitais pontuais: estipule um dia por semana sem redes ou um fim de semana por mês. Estes momentos vão ajudar a reconectar consigo.

 

Neste Dia Mundial das Redes Sociais, use o digital de forma consciente. A tecnologia deve servir-nos, não aprisionar-nos. Cuide da sua presença online mas, acima de tudo, cuide da sua presença real. A sua saúde mental agradece.

 

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