<br><br><div align="center"><!-- Revive Adserver Asynchronous JS Tag - Generated with Revive Adserver v5.5.0 -->
<ins data-revive-zoneid="25" data-revive-id="6815d0835407c893664ca86cfa7b90d8"></ins>
<script async src="//com.multipublicacoes.pt/ads/www/delivery/asyncjs.php"></script></div>
Partilhar

Marte foi (quase) sempre um deserto? Nova teoria explica desaparecimento da água

Imagem | NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS
9 Julho 2025
Forever Young

Investigadores da Universidade de Chicago, com base em dados do rover Curiosity, propõem que Marte teve apenas curtos períodos de habitabilidade ao longo da sua história recente, sendo que no resto do tempo foi seco e gelado.

Uma nova investigação publicada na revista Nature sugere que o Planeta Vermelho passou a maior parte dos últimos milénios como um deserto árido, interrompido por breves fases em que a água líquida poderia existir à superfície. A teoria, liderada por Edwin Kite, cientista planetário da Universidade de Chicago, baseia-se em dados do rover Curiosity, da NASA, e pretende resolver um dos grandes mistérios da ciência planetária: o que aconteceu à água em Marte?

As paisagens daquele planeta mostram sinais de rios antigos e vales esculpidos por erosão hídrica, o que indica que Marte foi em tempos um planeta húmido e potencialmente habitável. No entanto, a realidade atual é bem diferente: um mundo frio, seco e com uma atmosfera rarefeita.

Segundo os investigadores, a mudança não terá sido provocada por um evento catastrófico, mas sim por um ciclo lento e autorregulado, influenciado pela crescente luminosidade do Sol ao longo dos milénios. Estima-se que o Sol se tenha tornado 8% mais brilhante por cada mil milhões de anos, o que pode ter criado janelas curtas em que a temperatura marciana permitia água líquida à superfície.

Contudo, esses períodos geravam um paradoxo climático: a água reagia com o dióxido de carbono da atmosfera, formando minerais carbonatados e removendo o CO₂. O resultado era uma nova queda de temperatura e o regresso à aridez durante períodos que podiam durar até 100 milhões de anos.

Ao contrário da Terra, onde o ciclo do carbono mantém o equilíbrio climático com a ajuda do vulcanismo ativo, Marte está geologicamente inativo. Isso significa que o CO₂ retirado da atmosfera não é reposto, o que leva a uma perda contínua da capacidade do planeta em reter calor.

Descoberta-chave no Monte Sharp

Uma das provas mais relevantes para esta nova teoria foi obtida com a identificação de rochas ricas em minerais carbonatados na encosta do Monte Sharp, pelo Curiosity. Durante anos, os cientistas procuraram esses depósitos para perceber o destino da antiga atmosfera marciana rica em CO₂. A sua presença sugere que parte significativa dessa atmosfera ficou presa nas rochas e era exatamente como o modelo de Kite previa.

“Estes dados fornecem uma explicação plausível para o desaparecimento da água de Marte e ajudam-nos a compreender melhor a sua história climática”, explica a equipa, citada pela SciTechDaily.

Além de refinar a nossa compreensão do passado marciano, esta descoberta poderá ajudar a identificar outros planetas potencialmente habitáveis fora do Sistema Solar, ao compreender melhor os limites e ciclos que condicionam o clima e a água líquida em mundos semelhantes à Terra.