Seja para levantar uma receita ou esclarecer dúvidas sobre um medicamento sem prescrição, uma ida à farmácia deve ser uma experiência útil e esclarecedora. Contudo, a forma como comunica com o farmacêutico pode fazer toda a diferença na segurança e eficácia do seu tratamento.
Segundo Teri Dreher Frykenberg, enfermeira especialista em cuidados críticos e fundadora da empresa americana Nurse Advocate Entrepreneur, há frases que os utentes devem evitar, já que podem induzir a erros, omissões ou decisões precipitadas sobre medicamentos. Veja quatro exemplos concretos.
1. “É só uma vitamina.”
Muitos suplementos podem interferir com medicamentos prescritos, mesmo os considerados naturais. A erva-de-são-joão ou doses elevadas de vitamina D, por exemplo, podem provocar efeitos adversos graves ou interações medicamentosas.
O que dizer em alternativa:
“Este suplemento interfere com os medicamentos que estou a tomar?”
2. “Parei de tomar e senti-me melhor.”
Interromper um tratamento sem orientação pode agravar o problema ou causar efeitos de abstinência. Alguns fármacos, como os antidepressivos, requerem uma redução gradual da dose.
O que dizer em alternativa:
“Como me senti melhor, interrompi o tratamento. O que devo fazer agora?”
3. “Posso simplesmente dobrar a dose?”
Tomar duas doses por engano ou para compensar uma falha pode causar sobredosagem ou aumentar os efeitos secundários, dependendo da substância em causa. Só um profissional pode avaliar a melhor resposta.
O que dizer em alternativa:
“Esqueci-me de tomar uma dose. Como devo proceder?”
4. “Dou preferência ao mais barato.”
Embora os genéricos sejam, regra geral, equivalentes aos medicamentos de marca, há casos em que os ingredientes inativos ou a forma de absorção podem fazer diferença. Além disso, algumas pessoas podem ter alergias ou intolerâncias a excipientes.
O que dizer em alternativa:
“Existe uma alternativa mais acessível que seja igualmente segura e eficaz para mim?”
De acordo com Dreher Frykenberg, uma boa comunicação com o farmacêutico não só melhora os resultados terapêuticos, como contribui para a deteção precoce de potenciais riscos. “Os farmacêuticos estão ali para ajudar. Não devemos hesitar em fazer perguntas, desde que sejam as certas”, sublinha a especialista.