Segundo dados da PAGB – Proprietary Association Of Great Britain, uma associação de consumidores britânicos especializada em serviços e produtos de saúde, cerca de 27 milhões de embalagens de produtos que contêm codeína são vendidas no Reino Unido anualmente.
Também por cá, há milhares de portugueses a tomar medicamentos, sendo que alguns nem parecem fazer efeito.
Há milhares de portugueses a tomar medicamentos que não fazem efeito
Em 2017, o jornal Público avançou que os «portugueses consumiram 30 milhões de embalagens» de analgésicos que nem sequer se destinam a tratar a dor, mas sim a combater a «depressão, a ansiedade e outros problemas mentais».
No entanto, não é necessariamente através de medicamentos que podemos reduzir a dor. Existem alternativas, algumas do ponto de vista fisiológico ou psicológico, que podem tratar o problema com menos efeitos colaterais. Em qualquer dos casos, uma dor recorrente deve ser vigiada por um médico.
Recurso tradicional para o alívio da dor
Tradicionalmente, tomamos analgésicos para tratar a dor. Nos casos de dores comuns, o paracetamol é uma opção muito utilizada; para dores articulares ou musculares, escolhemos anti-inflamatórios sem esteróides; para dores no pescoço, ombro ou nas costas, podem ser prescritos fármacos com amitriptilina, gabapentina ou analgésicos nervosos; no caso de a dor ser mais severa, tradicionalmente são receitados opiáceos como codeína ou sulfato de morfina. Alguns destes medicamentos dispensam receita médica, enquanto outros devem ser prescritos por um profissional.
Efeitos colaterais
Hoje em dia estamos tão acostumados a tomar medicamentos, que parecemos esquecer a existência de efeitos colaterais.
O médico britânico Alasdair Wright explica que «o fígado pode ser seriamente lesionado se o paracetamol for tomado em excesso».
Os anti-inflamatórios sem esteróides também pressupõem riscos, uma vez que o seu consumo regular pode causar distúrbios gastrointestinais e afetar a pressão sanguínea, a função renal e o sistema cardiovascular.
Quanto aos analgésicos nervosos, eles podem provocar sonolência, além de que os opiáceos, como a codeína, podem criar dependência. Portanto, este tipo de analgésico «deve ter um consumo de curto prazo, pois a sua eficácia diminui quanto mais tempo o tomarmos», acrescenta o especialista.
Quais são as alternativas?
Há muitas alternativas ao analgésico tradicional e até mesmo maneiras de ajudar o nosso corpo a lidar com a dor. Aqui estão algumas das mais comuns:
1. Suplementos naturais – Como alternativas aos anti-inflamatórios, os ácidos gordos, como o ómega 3, podem aliviar a inflamação e a dor, além de que são mais seguros de tomar e podem ajudar numa variedade de condições, como a artrite.
2. Reflexologia – Este tratamento é baseado na ideia de que existem áreas reflexas específicas nos pés, pernas, mãos, face ou orelha que correspondem a diferentes partes do corpo. A pressão suave aplicada nesses pontos pode ajudar a reduzir os sintomas e as causas da dor. Uma reflexologista da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, Carol Samuel, afirma que esta terapêutica «incentiva o cérebro a libertar substâncias químicas que diminuem os sinais de dor» e pode, também, ser utilizada em conjunto com a medicina conventual «em condições como osteoartrite e dor nas costas», acrescenta.
3. Acupuntura – O Conselho Britânico de Acupuntura diz que a acupuntura tradicional interpreta a dor como um sinal de que o corpo está desequilibrado. Alasdair Wrigh explica que, «para aqueles que respondem bem à acupuntura, esta pode ser uma maneira muito eficaz de reduzir os níveis de dor», pois esta terapia consiste na inserção de agulhas ultrafinas em certos pontos lesionados em que «uma resposta natural de cura é ativada».
4. Relaxamento e mindfulness – Estar stressado e ansioso pode piorar a dor. Por isso, praticar meditação, yoga ou pilates pode ajudar a acalmar o corpo e a mente e, portanto, reduzir a dor. Além disso, um estudo cientifico concluiu que o mindfullness pode reverter genes depressivos.
Leia aqui sobre a ligação vantajosa do mindfullness com a saúde.