Sarandon, que nasceu em Nova Iorque, é presença constante nos protestos na sua cidade e, desta vez, surgiu no icónico Grimaldi’s, próximo da Ponte de Brooklyn, para dar o seu rosto e voz à iniciativa ‘Servant for an Hour’ da One Fair Wage, uma organização não-governamental (ONG) que procura acabar com os salários “submínimos” no país.
“É claro que nada de importante veio de cima: sempre foi o povo. E é isso que temos que fazer: acordar o povo, porque juntos somos fortes”, frisou a vencedora do Óscar por ‘Dead Man Walking’ (1995), depois de tomar nota e servir pizzas em diversas mesas lotadas de jornalistas e ativistas.
A atriz, a mais velha de nove irmãos e mãe solteira, revelou que foi empregada de mesa num determinado momento, para além de no filme ‘Thelma e Louise’ (1991), e que, por isso, tem empatia com a maioria das mulheres que compõem o mercado de trabalho na restauração e lançou o alerta ao poder político de Nova Iorque, mas também aos nova-iorquinos.
“Temos orgulho de sermos progressistas”, vangloriou-se, observando que os restaurantes em Nova Iorque só são obrigados a pagar aos seus empregados de mesa 66% do salário mínimo, ou entre 10 e 13,45 dólares por hora, sublinhando que “mesmo na Florida aprovaram um mínimo de 15 dólares”.
Para Sarandon, os sindicatos são importantes, mas neste caso defende a legislação e a pressão da sociedade.
A atriz continua a ser uma das poucas figuras de Hollywood que se atreve a assumir uma posição política apesar das consequências: no ano passado a sua agência de representação cancelou o seu contrato após alguns comentários polémicos numa manifestação pró-Palestina que teve de suavizar posteriormente, após ter sido acusada de antissemitismo.
Esta segunda-feira, embora a sua conta na rede social X ainda fosse dominada por mensagens e vídeos pró-Palestina, esteve concentrada em acabar com o salário ‘submínimo’ dos empregados de mesa, que também enfrentam altos índices de pobreza e assédio sexual.
Sarandon considera que é sua responsabilidade utilizar o seu acesso aos ‘media’ para tornar os problemas dos outros visível.
Mas admite: “O novo foco nos sindicatos e nos movimentos estudantis é a única coisa que me dá esperança nestes dias. É um sinal saudável de que as pessoas estão a começar a exigir que sejam tratadas com dignidade e justiça.
DMC // rbf
Lusa/Fim