Folhas simétricas e arredondadas caem mais depressa e tendem a acumular-se junto à base da árvore, ao contrário das folhas com lóbulos ou formas assimétricas, que descem mais lentamente e são arrastadas pelo ar.
A conclusão resulta de um estudo conduzido por físicos da Universidade Técnica da Dinamarca, publicado a 7 de maio na revista Journal of the Royal Society Interface. A investigação analisou a forma de folhas de 25 espécies de árvores, como carvalhos, ulmeiros, áceres e macieiras, para perceber de que forma a morfologia afeta a queda.
Os cientistas Matthew Biviano e Kaare Jensen criaram réplicas em papel de três folhas de cada espécie e lançaram-nas num tanque de água. A escolha do meio líquido, em vez do ar, visou facilitar a observação detalhada do movimento e da resistência durante a descida.
A experiência revelou que a maioria das folhas cai a uma velocidade próxima da máxima teórica — representada por um disco circular, a cerca de 1,37 centímetros por segundo. No entanto, as folhas mais assimétricas, como as da Arabidopsis com mutações genéticas, apresentaram velocidades de queda até 15% mais lentas. Quando os investigadores aumentaram artificialmente a assimetria das folhas de papel, registaram reduções de velocidade entre 15% e 30%.
Duas características revelaram-se determinantes para o comportamento durante a queda: a simetria e o número de lóbulos. Em geral, folhas simétricas caem mais depressa do que folhas lobuladas, mas a combinação de lóbulos e assimetria resulta nas quedas mais lentas.
Embora outros fatores biológicos e ambientais influenciem a evolução da forma das folhas, os autores sugerem que manter as folhas próximas da árvore após caírem poderá ter vantagens ecológicas. Como explica Kaare Jensen à Science News, os nutrientes libertados pela decomposição das folhas podem ser reabsorvidos pela árvore, beneficiando o solo em redor.