Quinze artistas amazónicos, indígenas e não indígenas, participam na exposição.
Entre aqueles estão Samela Saterê Mawé, Juliana Pesqueira, Jarê Pinagê – o Transkurumim, Márcia Kambeba, Sioduhi, Denilson Baniwa, Bruno Kelly, Marcela Bonfim, Alexandre Sequeira, Luca Meola, Paulo Magalhães, Ivaneide Bandeira e Raphael Alves.
Quanto ao “Mês das Amazónias” é feito de palestras, mostras de moda e artesanato sustentável, cinema (documentário e filme), tudo sobre a Amazónia, um dos pulmões do mundo, disse à Lusa a pesquisadora luso-brasileira Lau Zanchi, uma das curadoras da exposição, em parceria com o artista visual da Amazónia Alberto César Araújo.
O mês estende-se até 22 de abril, apenas interrompido pelos dias da Páscoa, explicou a também fundadora desta iniciativa que já vai na sua terceira edição, embora as primeiras duas tenham durado apenas uma semana.
A partir de uma pesquisa onde se propõe unir literatura e fotografia a partir do romance “A Selva”, de Ferreira de Castro, o curador Alberto Araújo propôs um diálogo entre o escritor e Silvino Santos, cineasta e fotógrafo português contemporâneo do primeiro.
Os dois artistas retrataram no seu tempo o quotidiano da região amazónica durante o Ciclo da Borracha com perspetivas divergentes.
Ferreira de Castro “abordou a Belle Epoque numa perspetiva próxima ao realismo e vivencial, cuja economia ligada às atividades de extração promoveu a dizimação de indígenas e a sistematização da mão-de-obra escravocrata”, escreve a organização do evento em comunicado.
Silvino Santos “foi contratado por grandes seringalistas para construir uma imagem nada realista da região, e criar uma narrativa do capital que omitia a realidade para não comprometer os seus negócios”, acrescenta na nota.
Lau Zanchi, pesquisadora da Universidade Nova de Lisboa, já organizou, em Lisboa, as duas edições de “Semana da Amazónia” e, este ano, achou por bem alargar para um mês da Amazónia, que se inicia no Dia Mundial das Florestas e Poesia, 21 de março, e vai até 22 de abril, Dia Mundial da Terra.
“É preciso desapressar a opinião sobre a Amazónia”, defendeu, acrescentando: “Precisamos nos informar, olhar, ler” para poder “produzir um conhecimento mais crítico e com mais fundamento, porque a questão é complexa”.
Toda a programação do Mês da Amazónia é gratuita, realça a organizadora do evento.
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