Desde o ano passado que há muitas pessoas apreensivas com um suposto ‘apocalipse da internet’. O fenômeno teria sido anunciado pela NASA no entanto, nada foi comprovado. Ainda assim, cientistas têm analisado a situação, desenvolvendo mesmo um plano de contingência para lidar com possíveis impactos causados por uma tempestade solar.
A história começou em 2021, quando um estudo mostrou que, além de impactar severamente as redes elétricas e as comunicações convencionais, uma ejeção de massa de extrema intensidade também teria efeitos catastróficos na internet global.
Mesmo depois de restabelecida a eletricidade, nos dias seguintes a internet permaneceria offline.
Fenómenos como esse já foram registados três vezes: em 1859, ‘Carrington’, provocou que as agulhas de bússolas girarem descontroladamente, indicando o impacto de uma forte tempestade solar no campo magnético da Terra.
Já em 1929, durante três dias, um incêndio de média escala na Estação Grand Central de Nova York afetou a rede de telégrafos da cidade. Em 1989, um acontecimento moderado de ejeção de massa coronal resultou na queda da rede elétrica da Hydro-Québec, no norte do Canadá o que deixou a região mais ao norte do país sem energia durante cerca de nove horas.
Passados mais de 30 anos sem um evento significativo, é provável que estejamos à beira de enfrentar um num futuro próximo.
Até que ponto poderá tal acontecer?
De maneira resumida, tempestades solares são erupções de gás altamente ionizado da coroa do Sol. Tais erupções afetam o campo magnético da Terra, resultando na completa queda de redes elétricas, comunicações e estações similares, causando bloqueios prolongados.
Especialistas explicam que a preocupação abrange uma escala global. Enquanto as estações de fibra óptica regionais tendem a permanecer majoritariamente seguras, os cabos oceânicos que interligam continentes são identificados como os componentes mais vulneráveis.
Em caso de uma tempestade solar, esses cabos de internet poderiam ser impactados, resultando na interrupção significativa do fornecimento de conexão desde a fonte, destacando a amplitude do problema em termos globais.
A vulnerabilidade dos cabos submarinos ao chamado ‘apocalipse da internet’ está relacionada com o uso de repetidores, posicionados a intervalos de 50 km a 150 km ao longo do percurso. Esses repetidores desempenham o papel crucial ao amplificar o sinal dos cabos de fibra óptica, garantindo a integridade da transmissão. Apesar da robustez dos próprios cabos, os repetidores, compostos por componentes eletrónicos, tornam-se suscetíveis aos efeitos de uma tempestade solar, explicando a fragilidade do sistema em face do fenómeno.
Especialistas destacam que uma interrupção generalizada da internet pode ser desencadeada por uma forte tempestade solar, um evento raro, mas plausível que ainda não ocorreu na era digital.
O pico do atual ciclo solar, inicialmente previsto para 2025, está agora programado para ocorrer um ano antes.