Esta primeira antológica do artista em Espanha começou por ser apresentada no Centro de Arte Bombas Gens, em Valência, com obras inéditas e também criadas especificamente para aquele museu, onde esteve patente de fevereiro a outubro de 2023, avança a Lusa.
Em Cáceres, a mostra inclui obras da Coleção de Arte Helga de Alvear, e apresenta trabalhos especialmente produzidos para a exposição, bem como uma peça monumental ‘site-specific’ também criada expressamente para este espaço museológico, segundo a galeria portuguesa Vera Cortês.
“Este novo momento oferece a oportunidade de aprofundar a complexa e poética obra do artista”, indica num texto sobre a mostra, que reflete sobre “as temporalidades da natureza, os seus abrigos e as suas qualidades vivas e orgânicas”, através de uma seleção de obras representativas do autor.
As peças percorrem o início da sua carreira até à atualidade, incluindo desenho, pintura, colagem, vídeo, performance e escultura, algumas das quais nunca antes expostas.
No dia da inauguração, pelas 19:00, haverá uma atuação de Carlos Bunga, e no dia seguinte uma visita com o artista e a curadora, Sandra Guimarães.
“Performar a natureza” ficará em Cáceres até 12 de maio.
Carlos Bunga, nascido no Porto, em 1976, e a viver atualmente em Barcelona, desenvolve uma obra de intervenções em lugares escolhidos previamente, que modifica através de materiais do quotidiano como papelão, tinta e fita adesiva.
O seu trabalho é reconhecido pelas instalações de grandes dimensões, elaboradas como estruturas arquitetónicas que muitas vezes destrói em performances, ou até mesmo antes da abertura da própria exposição.
A partir da pesquisa pictórica, Bunga desenvolveu uma linguagem pessoal que desconstrói a disciplina da pintura: “As suas pinturas expandidas deslizam por pisos e paredes, tensionando os limites da obra, repensando os seus suportes e superfícies, espalhando as obras para outros lugares físicos e conceptuais, e materializando-se em construções de instalação que se tornam espaços performativos”, aponta ainda o texto sobre a mostra, divulgado pela galeria Vera Cortês, que representa o artista em Portugal.
O trabalho de Bunga tem sido exposto em museus e centros de arte internacionais como o Museu de Serralves, no Porto (2012), o Museu Universitário de Arte Contemporânea, na Cidade do México (2013), o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, em Lisboa (2019), a Whitechapel Gallery, em Londres (2020), e o Museu Nacional Rainha Sofia (2022), entre outros.
Carlos Bunga formou-se na Escola Superior de Artes e Design (ESAD), nas Caldas da Rainha, estudou também em Nova Iorque, e venceu o prémio EDP Novos Artistas em 2003.
Foto: Gulbenkian